O Ministério Público de Rondônia, por meio do Grupo de Atuação Especial em Meio Ambiente (Gaema), coordenou, na manhã desta terça-feira (24/6), reunião com representantes de diversos órgãos públicos para discutir estratégias de combate aos incêndios florestais no estado. A reunião foi presidida pela promotora de Justiça Valéria Giumelli Canestrini e contou com a participação do promotor de Justiça Pablo Hernandez Viscardi, além de integrantes do Corpo de Bombeiros, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Politec e Censipam.
Durante o encontro, o Censipam apresentou diagnóstico atualizado sobre eventos de fogo no Estado. Apesar das condições climáticas menos desfavoráveis em 2025, os números são semelhantes aos do ano anterior, o que acende um alerta sobre o possível aumento de queimadas provocadas por ação humana. Os dados indicam que grande parte dos incêndios ocorre em áreas públicas, como unidades de conservação e terras indígenas.
A Sedam relatou as operações realizadas que garantiram a proteção do bioma e ações de educação ambiental, além da necessidade de garantia orçamentária para as atividades de prevenção e repressão as queimadas, para que não se tenha um cenário desastroso como em 2024, já que o Estado conta com um plano totalmente elaborado.
Educação e prevenção
A política de prevenção foi destacada por representantes da Sedam e do Corpo de Bombeiros, com foco na conscientização de produtores rurais, estudantes e comunidades. As ações iniciadas em janeiro incluíram visitas a escolas, associações e distritos, com foco nas regiões com maior incidência de fogo nos anos anteriores.
Ações repressivas e segurança
O Corpo de Bombeiros informou que 929 brigadistas foram formados e 15 bases avançadas foram ativadas nos municípios. No entanto, a corporação alertou para riscos de segurança enfrentados pelas equipes em áreas de conflito. A Polícia Militar reforçou que o Estado já entrou na fase que necessita repressão às queimadas, especialmente em regiões como o parque de Guajará-Mirim e Soldado da Borracha.
Mapeamento e inteligência
O Censipam disponibilizou-se na elaboração de um mapa de calor com áreas de reincidência de fogo entre 2022 e 2024. O objetivo é direcionar ações de repressão e presença estatal nos locais mais críticos. A promotora de Justiça Valéria Canestrini defendeu a intensificação de operações em unidades de conservação com histórico de criminalidade, ressaltando a importância da atuação policial para proteger equipes de fiscalização e conter os incêndios provocados intencionalmente.
Direito protegido
A atuação do MPRO visa defender o direito coletivo ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, previsto no artigo 225 da Constituição Federal. As ações desenvolvidas, em parceria com órgãos de fiscalização e segurança, buscam prevenir danos irreversíveis à biodiversidade e garantir a saúde da população, ameaçada pela fumaça e poluição decorrentes das queimadas ilegais.