Evento busca valorização da identidade amazônica e propõe reflexões sobre educação, políticas sociais e cultura beradera
Nesta sexta-feira, 6 de junho, a partir das 18h, acontece na Escadaria da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), no centro de Porto Velho, o Festival EducaBéra 2025: arte, cultura e resistência!, uma iniciativa estudantil que promete transformar o espaço acadêmico em território de expressão, crítica e celebração da cultura amazônica.
Com apresentações artísticas de música, dança, poesia e performances, além de exposições culturais, de comidas típicas e de artesanato, o festival é aberto a toda a comunidade acadêmica e sociedade portovelhense. Idealizado por estudantes do curso de Psicologia, vinculados à disciplina Psicologia e Processos Educativos em Políticas Sociais, o evento é coordenado pela professora Lílian Caroline Urnau e representa muito mais que uma atividade cultural: trata-se de um ato político, afetivo e educativo.
Segundo os organizadores, o festival nasce do desejo de celebrar e fortalecer a identidade beradera – termo que simboliza quem vive “à beira” do Rio Madeira, da cidade, e muitas vezes das próprias políticas públicas. Os beraderos são ribeirinhos, campesinos e urbanos, atravessados pela força da resistência amazônica e pela potência criadora da cultura local.
Programação – A programação cultural da noite contará com música ao vivo, poesia, performances artísticas e intelectuais e exposições culturais. Os artistas locais com participação confirmada são: os Malcriados; Caribé; Bado; Quilomboclada; Nitro; Marcela Bonfim; Klazanorth (banda de reggae); Banda e 1391; Erivar Karitiana; Lucas Mura e a Maloca Querida.
Haverá também uma feira de bebidas e alimentos produzidos por produtores agroecológicos locais com apoio do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), que destacam saberes e sabores da região. Além disso, o evento contará também com uma exposição de produtos dos povos originários, produzidos pelos Karitianas, e uma barraca do artista Bera Akillas, expondo as camisas que produz à mão, com artes e mensagem da cultura local.
Mesmo sendo a primeira edição do festival, a expectativa dos organizadores é alta, especialmente pela simbologia de resistência que habita a escadaria da UNIR-Centro.
Sobre o projeto – Na esfera do projeto EducaBéra também foram realizadas oficinas preparatórias para a produção de um documentário sobre Consciência Beradera, que busca registrar as vivências, lutas e expressões de quem constrói a cultura local.
Desde o início de 2025, o projeto vem promovendo aulas públicas semanais na UNIR-Centro, reunindo estudantes, parceiros culturais e agentes políticos para discutir temas ligados à arte, à educação e às políticas públicas.
Além do festival, os organizadores — entre eles o acadêmico de Psicologia Nilson Mello — articulam propostas junto à Câmara Municipal de Porto Velho e à Assembleia Legislativa de Rondônia, propondo a criação da Semana da Consciência Beradera, que visa institucionalizar e financiar ações educativas e culturais no município. As articulações também se estendem a coletivos culturais locais, como o Coletivo República Federativa do Candiru, e instituições como a Funcultural (Fundação de Cultura do Município) e a Sejucel (Secretaria de Cultura do Estado).
Mais informações: @projetoeducabera
