Em 21 de Março de 1999, faleceu com 98 anos de idade, o Professor Jean Guitton, membro da Academia de França, que lesionara na Universidade de Sourbone. Era um dos maiores pensadores, ensaístas e filósofos do século XX.
Teve o privilégio de participar no Concilio Vaticano II, apesar de haver publicado: ” A virgem Maria, Uma Releitura da Figura de Nª Sª Para os Não Crentes”, que lhe valeu alguma censura da Igreja.
Entre os livros que publicou, destaco: “O Livro de Sabedoria e das Virtudes Reencontradas”, editada, em Portugal, pela Editorial Noticias, onde aborda, entre outros temas, a:” Arte de Envelhecer”; ” Diálogos Com Paulo VI” e: ” O Trabalho Intelectual”, publicado pele Editora Logos, livro imprescindível para o jovem intelectual.
Mas, para mim, o que mais o enobreceu, foi a fé inabalável, e a coragem – invulgar de crente adolescente, ao cumprir o serviço militar:
Quando Guitton foi incorporado, tinha, por hábito, fazer as orações da noite, de joelhos, junto à cama. Na caserna parecia-lhe impraticável esse procedimento, receando possíveis achincamentos.
Consultou sacerdote amigo, que lhe disse: “É dever do crente mostrar sua fé em publico; mas compreendo o se receio…”
Na primeira noite que passou na caserna, Guitton, antes de se deitar, ajoelhou-se e orou, perante a estupefação dos camaradas.
Ninguém o chaqueou, nem troçou. Ficaram mudos perante a inédita atitude.
Duas décadas se passaram, Guitton, conhecidíssimo Professor Universitário, soube que antigo amigo e companheiro de camarata, falecera, e prestou-se no velório.
Foi recebido pelo pai do falecido – diretor da Faculdade de Ciências e convicto anticatólico, – que agradeceu sensibilizado a presença do ilustre colega, e confessou-lhe comovido:
” Meu filho, muitas vezes, abordava o gesto nobre de se ajoelhar junto à cama, para orar, na caserna. Dou-lhe o meu sincero abraço de admiração. Você é um verdadeiro católico, sincero discípulo de Jesus!…”
Belo exemplo deu Guitton, digno a ser seguido por todos os crentes!