O programa Fonte de Vida Nova, voltado à defesa dos direitos da pessoa idosa, recebeu dois convidados de destaque para discutir os desafios enfrentados por essa parcela crescente da população: o professor Marcus Rivoiro, da Fundação Rondoniense de Amparo à Pesquisa (FAPER), e o advogado Leandro Löw. A entrevista abordou desde questões estruturais até o papel das associações na promoção de políticas públicas inclusivas.
Com 36 milhões de idosos no Brasil — dos quais 211 mil vivem em Rondônia e 52 mil em Porto Velho —, o país enfrenta um cenário em que o envelhecimento populacional exige respostas rápidas e eficazes. Apesar de ser uma capital de médio porte, Porto Velho carece de infraestrutura adequada, como calçadas acessíveis, transporte público inclusivo e serviços voltados à saúde e mobilidade da terceira idade.
Durante o programa, Marcus Rivoiro enfatizou a importância de garantir dignidade aos idosos, lembrando que muitos deles já contribuíram intensamente para a sociedade. Ele alertou para a carência de médicos geriatras e a urgência de políticas públicas que contemplem segurança, saúde, inclusão digital e acesso a serviços básicos. “Estamos falando de uma população que precisa de atenção contínua e respeito”, afirmou.
Leandro Löw, por sua vez, ressaltou o papel fundamental das associações na articulação de direitos. Ele destacou que, apesar dos avanços trazidos pelo Estatuto da Pessoa Idosa, ainda existem falhas em sua aplicação prática. “As associações são a ponte entre a população e o poder público. Elas têm o papel de mobilizar e cobrar efetividade das políticas públicas”, declarou.
Entre as iniciativas em curso, foi destacada a atuação da Associação Rondoniense de Apoio e Promoção do Direito à Pessoa Idosa, que busca construir uma rede de assistência por meio de parcerias com clínicas e profissionais da saúde. A entidade também lidera esforços para a criação de uma federação estadual, com o objetivo de ampliar a representatividade da causa em âmbito nacional.
A entrevista reforçou a urgência de uma abordagem intersetorial para o envelhecimento, com participação ativa da sociedade civil, poder público e organizações sociais. O compromisso com o respeito e o cuidado com a pessoa idosa deve ser contínuo, garantindo que envelhecer em Rondônia seja sinônimo de dignidade, segurança e qualidade de vida.