Amir Lando quer voltar. Aos 80 anos, este personagem arraigado à nossa história — com mais de 50 anos em Rondônia, desde que chegou para ser advogado do Incra — é daqueles políticos que fazem falta nos dias de hoje. Que se peça desculpas aos atuais parlamentares brasileiros. Não há intenção de ofendê-los. Mas há que se dizer: políticos da velha guarda, como o ex-senador Amir Lando, são espécies de árvores no deserto. Dão sombra e alegram o espírito de quem os ouve. Quando Amir fala, sempre com entusiasmo e com os olhos alegres dos jovens, o faz com brilhantismo. Foi o que ocorreu novamente, em uma nova participação no programa Papo de Redação, quando ele brindou não só os Dinossauros Everton Leoni, Beni Andrade, Sérgio Pires e os convidados Erik Araújo e Emanuel Nery, como a todos os ouvintes da Rádio Parecis, com seu profundo conhecimento sobre a vida rondoniense e a vida nacional. Amir é dos tempos em que discursos no Senado encantavam o país, quando, por exemplo, Mário Covas, Ulysses Guimarães e Paulo Brossard subiam à tribuna. Cita personagens históricos, frases inesquecíveis de grandes autores, momentos importantes, sempre com segurança e conhecimento. E fala duro também. Como quando abordou a roubalheira contra os aposentados, com duros adjetivos: “é hediondo, deplorável, desumano, um escárnio! Roubar dos doentes, das crianças e dos idosos, é imperdoável”.
O ataque ao bolso dos aposentados é coisa antiga. O próprio Amir, então ministro da Previdência, viveu tudo na própria carne. Enquanto ele tentava humanizar o atendimento e os serviços aos velhinhos aposentados, a advogada Jorgina de Freitas roubava quase meio bilhão de dólares, à época. As autoridades brasileiras conseguiram recuperar algo em torno de 500 milhões, uma ínfima parte do valor roubado. Foram detectadas inúmeras irregularidades, como o caso de um só beneficiário que recebia 70 aposentadorias. No final, quando sentiu que não havia como vencer toda a estrutura já putrefata na época, Amir pediu para sair do Ministério.
Agora, ele quer retomar sua vida pública, depois de uma passagem histórica pelo Senado. Sua meta é disputar a eleição de 2026, para uma cadeira na Câmara Federal. Ele garante que tem muitos planos, como defender a produção; preocupar-se com a regularização fundiária; defender os garimpeiros e que as nossas riquezas sejam nossas, não de estrangeiros. Não viverá apenas de emendas parlamentares, como critica o que chama de “parlamentares emendeiros”, mas quer ser um personagem para enriquecer a política e contribuir para Rondônia e para o Brasil, como já o fez tantas vezes. Amir não é uma árvore velha. É daquelas árvores raras que crescem no meio do deserto. Todos sabemos da importância delas…
Qual a verdade sobre um rompimento iminente entre o governador e seu vice?
Leitor se diz indignado com noticiário deste espaço, em que se afirmou um clima de harmonia no Palácio Rio Madeira/CPA, porque, segundo alega, ao contrário do noticiado por aqui, haveria um claro rompimento entre o governador Marcos Rocha e seu vice, Sérgio Gonçalves. Obviamente de olho no noticiário de sites e blogs que apontam para este contexto, nosso leitor registrou seu protesto. Mas, por aqui, se mantém a informação de que, até evento em contrário, não há por que mudar o que se noticiou neste modesto blog. Realmente há sintomas, comentários e muito disse-que-me-disse em relação a pretensos acontecimentos intra-palacianos. O que há de real? Por enquanto, apenas um vídeo divulgado por Sérgio Gonçalves, dizendo que não há Plano B em seus projetos. Ele só quer assumir por seis meses, quando Rocha sair para concorrer ao Senado, e depois disputar mais um mandato ao governo. Rocha nunca questionou essa posição, embora o jovem vice tenha se posicionado oficialmente, a partir de um boato de que Rocha queria vê-lo como conselheiro do Tribunal de Contas, quando ele saísse, em abril do ano que vem, deixando sua cadeira, a de Rocha, para Alex Redano, atual presidente da Assembleia Legislativa. O governador jamais disse (alguém o ouviu falando sobre isso?) que este era seu plano. As conversas surgiram nos bastidores da política. Até agora, nada mais que isso.
Fala-se também, nas maldades que permeiam o mundo político, que Marcos Rocha estaria disposto a terminar seu mandato e não concorrer ao Senado, temeroso de que seu vice pudesse prejudicá-lo na campanha. Seria possível isso acontecer? Claro que sim. Mas como fazer uma afirmação dessas? Quem quiser que a faça, todos merecem respeito e atenção, mas obviamente o leitor não terá, por aqui, estudos trágicos de futurologia, em cima de possibilidades. Até prova em contrário, o blog mantém o que disse. Quando houver uma informação quente, com fonte e baseada em algo concreto, certamente a notícia terá o destaque que merece. Antes não!
Mosquini se licencia do comando do MDB rondoniense e o senador Confúcio Moura assume o posto
Mudanças no MDB. Nesta semana, o deputado federal Lúcio Mosquini entregou ao partido uma carta pedindo licença da presidência, alegando motivos pessoais e por tempo indeterminado. A decisão já estava tomada há muito tempo e foi concretizada agora, depois de longas conversas com o senador Confúcio Moura, agora o novo comandante regional do MDB. Embora tenha visão política oposta da de Confúcio — que é de esquerda e aliado ao governo Lula, enquanto ele, Mosquini, é conservador e defensor irredutível do agronegócio, atacado pela esquerda — ambos mantêm uma longa e sólida amizade pessoal. Confúcio é hoje o nome mais poderoso do MDB no Estado e o comando do partido em suas mãos torna mais óbvia sua liderança. Já Mosquini pode ainda permanecer no partido, caso outros caminhos surjam, como o da federação que está sendo conversada. A partir de agora, Lúcio Mosquini vai aguardar novos eventos que estariam a caminho, para optar pelos rumos político-partidários que tomará daqui para a frente.
O deputado federal de três mandatos, sempre entre os mais votados, continua sendo um nome forte para a disputa do governo em 2026. Mas ainda não decidiu seus próximos passos. Até porque, em breve, é possível que o MDB forme uma federação com os Republicanos, o que abriria novos espaços para que o combativo parlamentar encontre opções para seus projetos futuros. Como Lúcio apenas se licenciou, mas não renunciou ao cargo, não há necessidade de nova eleição para escolha do comando partidário. O MDB, portanto, passa oficialmente às mãos de Confúcio Moura. O comando municipal, em Porto Velho, continua com o ex-secretário de saúde e ex-deputado Wiliames Pimentel.
Valdir Raupp ainda não definiu se volta às urnas. A recordista de votos Marinha Raupp fica fora
Por falar em MDB, um dos nomes ainda muito fortes na sigla, o do ex-senador Valdir Raupp, ainda não definiu se participa ou não da eleição do ano que vem. Raupp tinha anunciado que tomaria uma decisão até o final de abril, mas uma série de novos acontecimentos o fizeram transferir a posição definitiva sobre o tema para agora, final de maio. Enquanto percorre o Estado, sempre acompanhado da sua esposa, a ex-deputada federal Marinha Raupp, que preside o MDB Mulher em Rondônia, Raupp tem ouvido insistentes apelos de amigos, correligionários e eleitores para que volte à disputa eleitoral. Quinto governador de Rondônia, ele chegou ao Senado em 2003, para seguidos mandatos, onde permaneceu até 31 de janeiro de 2019. Acabou não se reelegendo porque foi vítima de uma dura, agressiva e injustiça. Anos depois, quando absolvido de todas as acusações, o estrago já estava feito e Valdir Raupp preferiu ficar fora da corrida das urnas. Ao menos até agora.
Na família Raupp, uma decisão já estaria tomada. Marinha Raupp quer ficar fora da corrida eleitoral, embora até hoje seja reconhecida como uma parlamentar campeã em recursos para Rondônia, em seus seis mandatos, entre 1995 e 2019. Em 2010, quando a população de Rondônia era muito menor, ela chegou ao recorde de ter 100 mil votos para a Câmara. Agora, contudo, apesar da longa história de sucesso, Marinha Raupp avisa que quer apenas “cuidar dos netos”, mesmo sendo insistentemente convidada para voltar à batalha das urnas. Valdir Raupp ainda analisa tudo o que está acontecendo na nossa política, antes de tomar sua decisão.
Floresta sim, almas não! Pastoral da Terra condena lei que protege centenas de famílias de Jacy-Paraná
A Assembleia Legislativa aprovou lei estadual que salva a população da Reserva Extrativista de Jacy-Paraná de multas, cancela processos judiciais e regulariza a situação de centenas de famílias que ali vivem. Foi mais uma decisão política, porque, na prática, já se sabia que a reação de organismos — entre eles muitos dos que servem principalmente aos interesses internacionais — não permitiria. A surpresa veio, contudo, de onde menos se esperava: da Comissão Pastoral da Terra, da Igreja Católica, que quer recorrer ao Ministério Público para derrubar a lei. Ou seja, uma instituição religiosa, que deveria defender as famílias, os produtores, os trabalhadores do campo que querem apenas se manter na terra em que despejaram suor durante anos, prefere ficar ao lado das ONGs e entidades que se dizem defensoras do meio ambiente, em detrimento dos seres humanos. Lamentável e triste. No site G1, da Globo, o coordenador da Pastoral da Terra afirmou que “entendemos a lei como um aviltamento à proteção ambiental e um incentivo a novas invasões”, ignorando a situação das centenas de pessoas — velhos, jovens, crianças e bebês — todos ameaçados de expulsão da área onde construíram suas vidas durante anos. Primeiro a floresta, depois as almas…
Enquanto a Igreja Católica elege um novo Papa, ao que tudo indica, vai buscar um equilíbrio entre todas as forças do pensamento, a teoria esquerdista, que passou a dominar setores importantes dentro de uma das maiores instituições religiosas do planeta, se presta a questões ideológicas, em detrimento das pessoas. A lei aprovada na ALE certamente será considerada inconstitucional, mas é óbvio que ela foi feita pelos deputados para dizer que eles se importam, sim, com as injustiças praticadas contra tanta gente decente e trabalhadora.
Governistas querem que bancada federal se mexa e cobre duplicação da BR-364 em todo o trecho
De quem é a responsabilidade maior em cobrar do governo federal a duplicação de toda a BR-364? Um importante assessor do governador Marcos Rocha, que pediu que seu nome não fosse citado, comentou que, desde 2019, o governador tem conversado com a União — tanto na administração Jair Bolsonaro quanto agora, no governo Lula — pedindo solução para o drama da rodovia que mata praticamente todos os dias. Ele questiona a atuação da bancada federal, que deveria estar todos os dias pressionando pela duplicação, mas que só agora, depois de feita a privatização, é que começou a entrar no assunto. Questionado, o governador Marcos Rocha disse apenas que tem lutado pela duplicação da BR há anos e que a rodovia precisa de duas pistas em todos os seus 700 quilômetros, mesmo que tenha pedágio. Senadores e deputados federais começaram há pouco a questionar a privatização, da forma como ela foi feita. Dos três representantes do Senado de Rondônia, Marcos Rogério e Jaime Bagattoli querem mudança radical do projeto já autorizado, enquanto Confúcio Moura é favorável a ele como está.
Enquanto gente da equipe de Marcos Rogério questiona o atraso nas ações da bancada, Marcos Rogério e Bagattoli anunciam reuniões em Ji-Paraná e Vilhena, na semana que vem, para debater com as lideranças e comunidades a questão da mudança da privatização. Os dois senadores, junto com vários deputados federais, querem que todo o projeto mude, mesmo agora, quando ele já está em andamento. Há margem para mudanças? Claro que há. Muita pressão ajuda, mesmo ela vindo muito depois da decisão do Ministério dos Transportes ter sido tomada. Um membro do governo lamentou os acidentes com ambulâncias, os mortos e tudo o que tem ocorrido — fatos que se repetem há pelo menos 20 anos —, mas contesta que haja alguma culpa da atual administração estadual. “Qual o Estado que tem um hospital em cada cidade?”, questiona, ao lembrar que o transporte por ambulâncias só vai ser menos perigoso quando toda a rodovia estiver duplicada.
Caso da Operação Pau Oco contra Daniel Pereira vai ao TJ, sete anos depois do início das investigações
Sete anos depois de iniciadas as investigações, há novidades no caso que envolveu o ex-governador Daniel Pereira: ele saiu da primeira instância, por decisão da juíza Roberta Cristina Macedo. A magistrada determinou o encaminhamento de todo o processo para o Tribunal de Justiça. O caso envolveu a Operação Pau Oco, aquela em que a polícia invadiu a casa do então já ex-governador, levando documentos e o celular dele, sob a acusação de que ele estaria envolvido numa operação fraudulenta de Autorizações de Exploração Florestal, que teria beneficiado ilegalmente uma grande empresa local. Haveria um problema de origem em todo o processo. Ele começou em junho de 2018, quando Daniel Pereira ainda era governador e, portanto, todo o caso teria que ser analisado pelo STJ e não em instâncias inferiores, porque ele tinha direito a foro privilegiado. Ficou registrada na época a indignação de Daniel Pereira, que, tão logo foi envolvido no caso, procurou a mídia (é histórica a entrevista/protesto que ele concedeu na SICTV/Record) e acusou o então delegado Júlio César — que liderou as investigações — de, junto com sua equipe, ter praticado uma série de irregularidades contra todos os envolvidos na denúncia.
Passados tantos anos, o caso ainda está pendente. Havia sido enviado ao TJ lá atrás, mas, por uma orientação do Ministério Público, tudo foi novamente para a primeira instância. Agora, se os desembargadores decidirem, por exemplo, que o processo foi iniciado quando Daniel era governador, certamente o enviarão ao STJ, que pode anular tudo, pelo erro de origem. Tanto tempo depois, toda a história, recheada de ilegalidades e incongruências, segundo o ex-governador, continua percorrendo os corredores do Judiciário. Daniel Pereira praticou o grito dos inocentes e muito do que denunciou na época foi constatado. Prova disso é que o delegado e outros responsáveis pela investigação foram afastados do caso. Aguarda-se, agora, os próximos passos para um longo processo, aquele que Daniel Pereira considera uma injustiça inominável.
Quase 1 bi para obras como asfalto na Rodovia do Boi e nova ponte ao custo de 13 milhões de reais
Os projetos estão sendo concluídos. As prioridades estão sendo determinadas pelo governador Marcos Rocha. Os 998 milhões de reais de um empréstimo autorizado para o Governo de Rondônia, através de projeto aprovado nesta semana na Assembleia Legislativa, vão representar um grande avanço nas obras em diferentes regiões, principalmente para a recuperação, melhorias e asfaltamento em rodovias e construção de pontes de concreto ou aço. Como os estudos para os investimentos ainda não estão todos concluídos, pode-se falar, como exemplo, que um dos investimentos mais pesados será feito na Rodovia do Boi, a RO-370. Dos seus 200 quilômetros de extensão, 88 já estão asfaltados. Agora, mais 22 quilômetros serão acrescentados, somando 110 do total. Faltarão apenas 90 quilômetros para que esta, que é uma das mais importantes vias de escoamento da nossa produção, esteja totalmente asfaltada. Muitas pontes antigas serão substituídas, outras implantadas. Uma das mais importantes e complexas, com custo aproximado de 13 milhões de reais, será sobre o rio Pimenta, em Chupinguaia — uma antiga reivindicação de toda a região.
Dezenas de quilômetros de estradas e rodovias serão melhoradas. A estrutura viária de Rondônia sentirá um salto de qualidade, quando as obras estiverem concluídas. Marcos Rocha já determinou ao coronel Eder Fernandes, titular do DER, que dê andamento aos projetos e ponha em prática a série de obras, tão logo os recursos estejam disponíveis. O presidente da ALE, deputado Alex Redano, que comandou a sessão de votação que autorizou o empréstimo, destacou que os recursos são importantes, porque, segundo ele, “precisamos melhorar nossas estradas e rodovias”. Sintetizou tudo em uma só frase!
Pouco depois de uma limpeza geral no bairro Aponiã, nascente de igarapé é coberta de lixo
Quando chegou ao local e o viu coberto de lixo, o secretário da Semusb, Giovani Marini, sentiu um misto de tristeza e revolta. Tristeza porque um trabalho inédito de limpeza, feito em todo o bairro Aponiã e muito elogiado pelos moradores, foi desrespeitado. Revolta porque apenas uma pessoa, usando um veículo com carreta, jogou muito lixo no local, causando enorme sujeira numa área que havia sido totalmente limpa alguns dias antes. Giovani destacou que o trabalho foi feito com muito esforço, com vários equipamentos e servidores, não só fazendo uma grande limpeza, mas também se preocupando em não afetar o ambiente. Logo depois do serviço pronto, houve uma enxurrada de mensagens de agradecimento à Semusb e à Prefeitura pelo trabalho de qualidade feito dentro do programa Cidade Limpa. Mas a alegria, infelizmente, durou pouco. Quando chegou a uma nascente de um igarapé no bairro, Marini se deparou com um amontoado de lixo, incluindo esqueletos de fogões velhos e várias outras tralhas, exatamente num local que deveria ser especialmente cuidado.
Até o final da tarde da sexta-feira, o Sugismundo que ignora seus vizinhos, seu bairro e sua cidade, não havia sido descoberto. A Prefeitura está analisando câmeras na vizinhança para tentar descobrir o responsável pela sujeira. Caso seja identificado, o autor pode ser processado, pagar multa. A população pode ajudar a fiscalizar os locais onde foram feitas as limpezas, fazendo fotos e vídeos e denunciando quem suja ruas, calçadas e nascentes de igarapés, como o que ocorreu no bairro Aponiã. Só com a participação dos cidadãos de bem, que querem ver sua cidade melhor, será possível começar a combater estes vagabundos, que ignoram o quanto é importante se viver numa área sem tanta sujeira.
Perguntinha
Você, ingênuo cheio de esperança, chegou a sonhar que o STF iria acatar votação de mais de 310 deputados federais, impedindo a continuidade do julgamento do deputado federal Alexandre Ramagem, ou foi realista e entendeu que as decisões são tomadas com base na posição política do réu que, invariavelmente, será punido pelos ministros?