Neste dia 8 de maio, o Brasil celebra os 80 anos da participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), um marco histórico que levou cerca de 25 mil soldados brasileiros à linha de frente dos combates na Europa, especialmente na campanha da Itália, entre 1944 e 1945. Os pracinhas brasileiros lutaram na Batalha de Monte Castello (vitória final em 21 de fevereiro de 1945) – na Batalha de Castelnuovo (março de 1945) – na Batalha de Montese – (14 a 17 de abril de 1945) e na Tomada de Fornovo di Taro (rendição da 148ª Divisão Alemã) (29 de abril de 1945).
Formada majoritariamente por jovens entre 18 a 23 anos, voluntários e convocados de diferentes regiões do país, a FEB integrou os esforços dos Aliados contra o nazi fascismo. Os chamados “pracinhas” brasileiros enfrentaram combates intensos nos Alpes Apeninos, atuaram em missões de patrulha, tomaram cidades importantes como: Massarosa, Camaiore, Monte Prano e outras localidades na região da Toscana entre 1944 e 1945, todas dominadas por tropas alemãs e italianas, e foram decisivos na Tomada de Monte Castelo em 21 de fevereiro de 1945, uma das batalhas mais emblemáticas da participação brasileira no conflito.
A presença brasileira na guerra se tornou possível após o afundamento de 31 navios mercantes nacionais por submarinos alemães no Atlântico Sul. A ofensiva contra civis despertou comoção e levou o Brasil, único país da América do Sul a enviar tropas para o front europeu, a declarar guerra à Alemanha e à Itália em 1942.

Hoje, 8 de maio de 2025, celebramos os 80 anos dessa jornada histórica, o país rememora a bravura dos soldados da FEB, muitos dos quais nunca haviam saído de suas cidades e enfrentaram o frio europeu, a neve, a artilharia pesada e a dura realidade da guerra. Na batalha do Monte Castelo um soldado escreveu: “O diabo é testemunha de que não foi um passeio”. Já o lema “A cobra fumando o cachimbo”, expressão que ironizava os descrentes da participação brasileira, transformou-se em símbolo de coragem e superação. O Brasil realmente participou e surpreendeu a todos. A cobra literalmente fumou!
Diversas homenagens estão programadas para esse dia e ao longo do ano em todo o país, incluindo exposições, cerimônias cívicas, produções documentais e o resgate de nomes esquecidos pela história. Em estados como Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e também no antigo Território do Guaporé (atual Rondônia), pesquisadores e descendentes buscam preservar a memória dos combatentes locais.
O ataque em nosso litoral feito pelos alemães e italianos fizeram 1.474 vítimas. De um total de 33, o Brasil perdeu 31 navios mercantes. Foram a óbitos 480 tripulantes e 502 passageiros. Somente a marinha perdeu 492 militares.
Já as mortes navais tiveram o seguinte saldos:
Bahia – 332; Vital de Oliveira – 99; Camaquã – 33; USS R – 12 – 2; Timbira – 1; Marcílio Dias – 1; Guaporé – 1; Javari – 1; Goiana- 1; Mercantes – 15; TOTAL – 486.
Ao todo o Brasil perdeu 467 febianos tombados no TO italiano. O Território Federal do Guaporé enviou aproximadamente de 20 a 30 pracinhas.

Ainda hoje, o Brasil possui 43 sobreviventes da FEB, já com idade avançada, muitos centenários que ainda recebem reconhecimento tardio por seu papel fundamental na consolidação da democracia no mundo pós-guerra.
Mais do que uma data, os 80 anos da FEB representam um chamado à memória, à valorização do sacrifício e à defesa permanente da liberdade e da paz. Sabendo que a paz é uma conquista diária e a história é um guia para o futuro para que não possamos esquecer os nossos heróis.