As fortes e contínuas chuvas que atingem a Bolívia estão deixando um rastro de destruição no país andino. O volume de água já afetou oito dos dez departamentos bolivianos, com mais de 350 mil famílias impactadas. Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia (Senamhi), as precipitações devem continuar pelo menos até o dia 4 de abril, com risco de novos transbordamentos de rios.

O cenário na Bolívia acende um alerta em Rondônia, especialmente no que diz respeito ao rio Madeira. Isso porque chuvas intensas nas bacias dos rios Madre de Dios e Beni, que deságuam diretamente no Madeira, já começam a provocar elevação do nível do rio em território brasileiro.

Regiões como Fortaleza do Abunã, em Porto Velho, e um trecho da BR-425, em Nova Mamoré, já registram os primeiros sinais de alagação. De acordo com o Sistema Integrado de Monitoramento e Alerta Hidrometeorológico (SipamHidro), a medição do rio Madeira na noite de domingo (23) chegou a 16,33 metros na capital rondoniense, indicando estado de emergência.

Com o agravamento da situação, autoridades locais devem intensificar os preparativos para possíveis impactos mais severos. O Ministério da Defesa da Bolívia já colocou as Forças Armadas em prontidão para ajudar na retirada de famílias em áreas de risco.
Os departamentos bolivianos mais afetados incluem La Paz, Chuquisaca, Potosí, Santa Cruz e Beni — esses dois últimos fazem fronteira com Rondônia. Em Cochabamba, cerca de 800 casas já foram destruídas pelas enchentes, tornando-se a região mais afetada do país.
Diante do cenário crítico e das previsões climáticas, tanto Bolívia quanto Brasil devem manter o alerta máximo nos próximos dias para evitar tragédias maiores.