Morador de Juiz de Fora, em MG, Nicollas Furtado, de 20 anos, quase não acreditou ao saber. O jovem vendedor que estudou sozinho, soube, no trabalho, da aprovação para medicina na USP (Universidade de São Paulo) e na UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora). Olha isso!
“Quando a lista dos aprovados saiu, estava trabalhando na loja. Pedi para a caixa procurar meu nome na internet durante o expediente, porque não acreditava que ele estaria lá. Mas quando ela leu a lista e me mostrou foi uma explosão de sensações dentro de mim”, disse.
Como são duas universidades conceituadas, Nicollas decidiu deixar o emprego para se dedicar integralmente ao curso. A batalha agora é para se manter apenas estudando.
Desafios para baixa renda
Nicollas ressaltou que como vem de família de baixa renda sente-se desafiado a buscar meios para se manter em São Paulo, estudando na USP.
“Como sou de baixa renda, as coisas ficam mais complicadas. Estou tentando levantar alguns recursos. A universidade oferece auxílios, mas eles demoram a sair, e os valores são baixos para o custo de vida em São Paulo, além de serem muito disputados”, disse em entrevista ao G1.
O jovem que, em 2021, foi aprovado em outro curso, preferiu seguir estudando para tentar medicina. “Desde pequeno, sempre quis ser médico, mas pensava que o curso exigiria uma estrutura financeira e familiar que eu não tinha.”
Muito estudo
Nicollas disse ter estudado sem parar. Ele aproveitava cada momento que tinha: estudou sozinho e com vídeos da internet.
“Trabalhava como vendedor das 9h45 às 19h, então o tempo para estudar era limitado, e o cansaço atrapalhava”, contou.
Ele saia de casa às 8h e voltava às 20h.
Como ele se sente agora? “Sensação de dever cumprido e luta vencida. A USP parecia algo impossível, mas agora é uma realidade.”
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