O ministro do governo da Bolívia, Eduardo del Castillo del Carpio, principal braço direito do presidente Luis Arce, comentou sobre a declaração do interventor de Aguas Blancas, Zigarán, que insinuou que a Bolívia é responsável por encher a Argentina de cocaína.

Em resposta, Del Castillo afirmou de maneira irônica nesta quinta-feira (30) que a Argentina estaria fazendo um favor ao país. Na visão do ministro, a omissão do governo argentino prejudica a Bolívia, facilitando a atuação do narcotráfico.

A polêmica começou após o presidente Javier Milei declarar que pretende construir uma cerca separando essa parte da Argentina da Bolívia. Em sua declaração, Milei afirmou: “Por ação ou omissão, a Bolívia inunda a Argentina com toneladas de cocaína todos os dias, e se irrita por ser comunicada sobre uma cerca de 200 metros?”
Na troca de farpas, o ministro boliviano entrou em cena. Em suas redes sociais, Del Castillo declarou que sua gestão à frente da luta contra o narcotráfico “é a melhor de toda a história boliviana”. Ele apresentou dados que indicam que, em 2024, foram apreendidas mais de 66 toneladas de cocaína, superando seus antecessores.

Além disso, Del Castillo informou que foram desarticulados quatro grupos internacionais dedicados ao tráfico de drogas, sendo um deles com atuação intercontinental. Ele destacou ainda que, durante sua gestão, a eficiência no combate ao narcotráfico resultou em elogios por parte da Polícia Federal Brasileira, da União Europeia e de outros setores internacionais.
Outro marco de sua atuação à frente da pasta tem sido a promoção de alianças com toda a América Latina no combate ao narcotráfico, mantendo reuniões bilaterais com Peru, Argentina, Espanha, Brasil e outros países. “Destruímos, só em 2024, 94 laboratórios de droga e mais de 1.400 fábricas de cocaína. Parabéns à República Argentina que, novamente, começa a se preocupar com a problemática das drogas. Sem mais, saúdo o trabalho que realiza a ministra (Patricia) Bullrich na Argentina, com quem temos uma relação de mútua coordenação”, explicou.