Como são as coisas!
Há dias tenho lido nos jornais sobre Júnior Lopes, secretário da SEJUCEL de Rondônia, que foi afastado do cargo por suspeita de desvio de dinheiro e superfaturamento em eventos como Expoviola – Edição 2023, Expovel 2023 e 2024.
Sem perceber de quem a mídia estava falando, passei por várias matérias sobre o respectivo secretário. Até que hoje, 13/12/2024, o Ministério Público de Rondônia, por meio do seu Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e Combate à Corrupção (GAEPP), com o auxílio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Centro de Atividades Extrajudiciais (CAEX) e da Polícia Civil, deflagrou, na manhã desta sexta-feira, a prisão do secretário Júnior Lopes, acusando-o de tentar obstruir a justiça.
No trabalho, todos comentavam sobre a notícia da prisão. Alguns diziam: “Esse secretário era arrogante” e outros faziam observações semelhantes.
Depois de um tempo, parei para ler a matéria completa e entender o caso. Algo chamou minha atenção naquele rosto tão familiar, agora com expressão de homem maduro e cavanhaque. Fiz uma reflexão e pensei: “Esse rosto não me é estranho!”.
Pesquisei no Google para saber mais sobre a pessoa investigada e foi então que encontrei em seu currículo a informação: “Filho do saudoso Becão”. Tive a certeza de que era quem eu imaginava, estampado nas manchetes dos jornais.
Logo, algumas perguntas vieram à minha mente:
- Por quê, meu Deus? Onde esse menino errou em sua caminhada?
- Como professor desse menino, onde foi que pequei?
- Será que ele não levou a sério o que ensinei nas aulas sobre ser e ter honestidade?
Lourival, assim era conhecido Júnior Lopes – seu nome artístico – em sala de aula nos anos 2003/2005, na Escola Carmela Dutra.
Todos os dias, na hora do recreio, Lourival dava um show no futebol de salão na quadra do Carmela Dutra. Ele batia um bolão e tinha habilidades incríveis de driblar os adversários. Naquela época, já demonstrava talento de jogador: o modo de se vestir, caminhar, sempre rodeado de colegas.
O tempo passou, e um dia ouvi alguém dizer que Lourival foi jogar futebol fora de Rondônia, tornando-se jogador profissional. Que bênção!
Agora, sou surpreendido. Aquele garoto, que um dia foi meu aluno e nos encantava com suas habilidades com a bola no pé, enfrenta essas acusações.
Eu não quero acreditar que Lourival (Júnior Lopes) tenha se tornado outra pessoa com o passar do tempo. Que seu caráter, como ex-aluno, tenha se desviado dos valores que a escola lhe ensinou.
Espero que tudo seja esclarecido e que ele possa honrar a memória de seu pai, nosso eterno e glorioso Becão.
Lourismar Barroso é doutor em Educação.
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