A Bolívia vive dias de intensos bloqueios nas estradas federais. De um lado, o governo do presidente Luis Arce, representado pelo ministro do Governo, Eduardo Del Castillo Del Carpio, ordena operações para liberar as vias, enquanto do outro lado, Evo Morales, ex-presidente e crítico feroz de Arce, é acusado de incitar os protestos.
Morales, que se opõe à reeleição de Arce e à decisão judicial que o mantém afastado das eleições presidenciais, vem mobilizando movimentos sociais ligados ao seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS), para criar pressão. No último domingo (27), Morales publicou nas redes sociais um vídeo em que afirma ter sido alvo de um atentado a tiros em Cochabamba, mostrando o motorista ferido no incidente.
O MAS, partido de Morales, acusou oficialmente o presidente Luis Arce e o ministro Del Castillo de serem responsáveis pelo suposto ataque. Em resposta, Del Castillo desmentiu as acusações, chamando Morales de mentiroso e responsável por incitar a violência e bloqueios no país. “Sr. Morales, não só tudo o que diz é mentira, mas você é quem tem gente armada e mandou atacar as forças policiais com dinamite e armas de fogo. É você que está bloqueando e sufocando as famílias bolivianas,” declarou Del Castillo, que também afirmou que Morales terá que responder ao país.
Apesar dos pedidos de retratação por parte de outros países, o Brasil mantém neutralidade e não emitiu declarações sobre o incidente. Morales ainda enfrenta acusações de crimes sexuais contra uma menor, caso pelo qual foi intimado, mas não compareceu para depoimento. Para opositores bolivianos, o atentado seria uma encenação para fomentar apoio ao ex-presidente, com o envolvimento do ex-ministro de Morales, Juan Ramón Quintana.
A situação permanece tensa, e a troca de acusações agrava ainda mais a instabilidade no país.
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