Um representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta terça-feira (8) sobre surtos de doenças no Líbano devido às condições de aglomeração nos abrigos e ao fechamento de hospitais, à medida que os médicos fogem do ataque de Israel.
As forças israelenses iniciaram operações terrestres no sudoeste do Líbano, aumentando o conflito de um ano com o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, que já matou mais de mil pessoas nas últimas duas semanas e provocou fuga em massa.
“Estamos enfrentando uma situação em que há um risco muito maior de surtos de doenças, como diarreia aquosa aguda, hepatite A e várias doenças que podem ser evitadas com vacinas”, disse Ian Clarke, gerente adjunto de Incidentes da OMS para o Líbano, em uma entrevista em Genebra, por meio de um link de vídeo a partir de Beirute.
A agência de saúde da ONU avisou que o sistema está sobrecarregado e, até o momento, cinco hospitais do país fecharam e quatro estão funcionando apenas parcialmente.
Clarke acrescentou que os hospitais foram fechados porque os médicos fugiram dos combates ou foram orientados a sair pelas autoridades libanesas.
Na mesma entrevista, um funcionário do Programa Mundial de Alimentos (PMA) expressou preocupação com a capacidade do Líbano de se alimentar, dizendo que milhares de hectares de terras agrícolas no sul do país foram queimados ou abandonados em meio à escalada de hostilidades.
“Em termos de agricultura e produção de alimentos, há uma preocupação extraordinária com a capacidade do Líbano de continuar a se alimentar”, afirmou Matthew Hollingworth, diretor nacional do PMA no Líbano, acrescentando que as colheitas não ocorrerão e que os produtos estão apodrecendo nos campos.