Na 28ª edição do Fórum de Governadores da Amazônia Legal, uma das discussões se concentrou na apresentação do Fundo Clima. Este é um recurso disponibilizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em parceria com o Consórcio Amazônia Legal (CAL) para que os estados possam desenvolver projetos de preservação da Amazônia, visando à “redução de emissões de gases do efeito estufa e à adaptação às mudanças climáticas”.
Entre as pautas debatidas no evento, o clima foi um dos temas centrais. No entanto, enquanto as autoridades se reúnem no Palácio Pacaás Novos, sede do Governo de Rondônia, do lado de fora, o clima literalmente pega fogo, em um contraste gritante com o que é tratado como essencial para a sobrevivência da humanidade.

A capital Porto Velho apresenta aos visitantes um cenário preocupante: muita fumaça, aumento das temperaturas e a escassez hídrica do rio Madeira. O Indicador do Clima, um mapa que rastreia a qualidade do ar em tempo real, apontou que a capital, nesta sexta-feira (9), registrou um índice de 200, classificando a qualidade do ar como “muito prejudicial” para a vida humana.
A preservação do meio ambiente enfrenta resistência entre alguns governadores do bloco. O Mato Grosso, que integra o consórcio juntamente com Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão, foi apontado, por dados oficiais de órgãos do governo federal, como o estado com o maior número de queimadas.
Até o final de julho, o governo federal mantinha na região quase mil homens e 15 aeronaves atuando no combate aos incêndios criminosos. A situação na região continua tão crítica que levou o presidente Lula (PT) a sobrevoar as áreas afetadas. Além da vida humana, os animais silvestres continuam correndo risco. Enquanto o clima se agrava, poucas ou quase nenhuma ação concreta é tomada pelas autoridades locais. Fica a pergunta: em que momento a Amazônia será de fato respeitada pelos governantes em Rondônia?