O alerta para a seca dos rios da Região Norte vem soando desde o ano passado, quando a ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, chamou a atenção dos governantes para que antecipassem os “Decretos de Urgência”, a fim de buscarem recursos junto ao governo federal.
Com o prognóstico se confirmando com a estiagem, o cenário começa a agravar-se com a diminuição diária das águas dos principais cursos na Amazônia brasileira. Em Rondônia, mais precisamente em Porto Velho, o Rio Madeira já alcança índices históricos. Na quarta-feira [24], marcava 2,89 metros.
Bancos de areia se formam em diversas extensões pela jusante, onde todos os anos, o surgimento deles acaba interferindo na navegação. Em razão disso, a Marinha do Brasil, por meio da Capitania Fluvial de Portos de Porto Velho [CFPV], lançou um comunicado proibindo a navegabilidade noturna devido aos altíssimos riscos de acidentes.
No estado, os efeitos da estiagem já provocam danos aos moradores, principalmente naqueles lugares onde sequer há saneamento básico. Como acontece durante os períodos de cheia e seca, a Defesa Civil Municipal agora intensifica as operações com as famílias ribeirinhas que vivem nas localidades em torno do Rio Madeira. A atenção tem se voltado principalmente para o consumo e tratamento da água com a distribuição de hipoclorito de sódio.
De acordo com o órgão, muitas famílias necessitarão de água mineral no auge da estiagem, previsto para agosto e setembro. Foi elaborado um cronograma, no qual foi constatado, inclusive, um aumento das pessoas que passarão a receber água mineral. São famílias que vivem nas “comunidades Mutuns, São Miguel, Silveira, Bom Jardim e Belmont”, explica o gerente de Operação e Socorro da Defesa Civil do município, Anderson Luiz.