Após uma greve que se estendeu por mais de três meses, estudantes da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) ainda não sabem quando poderão retornar para os bancos da universidade. “É complicado, né! Eu fico vendo isso aí e fico preocupado; às vezes bate um desânimo”, lamenta um estudante do 7º período de Arqueologia.
Toda essa questão envolve a coordenação dos cursos. Na semana passada, o conselho liderado por servidores decidiu pelo ajustamento do calendário letivo 2024.1, que foi mantido, mas em virtude da greve com novas datas de início e término.
Passado o imbróglio, o problema agora é fazer as coordenações dos cursos acenarem para o retorno das aulas. Nesta segunda (15) estava agendada uma reunião de docentes e discentes com o objetivo de explanar a “situação e tratar do retorno”, mas lamentavelmente o encontro foi adiado para a terça de tarde.
Diante do cenário de dúvida, os estudantes são as principais vítimas. É o caso da estudante de Medicina Veterinária de Rolim de Moura, Kessia Caroline da Silva Miranda. A jovem morreu em um acidente, após uma aula de extensão, visto que a disciplina do curso que Kessia fazia não aderiu à paralisação. Com isso, muitos estudantes foram obrigados a se deslocarem de suas residências, respectivas cidades e linhas, para assistir muitas vezes a uma única aula. A UNIR lamentou a morte “enxergando no acidente uma fatalidade”.
Na época, o Diretório Central dos Estudantes (DCE/UNIR) lamentou o ocorrido, responsabilizando a UNIR pelo fato. “Exigimos a responsabilização da UNIR pelo ocorrido. É dever da universidade disponibilizar transporte seguro para que seus alunos possam desempenhar suas atividades de extensão acadêmica. Cabe também apontar a responsabilidade do poder público municipal e estadual por conta das péssimas condições das estradas, como falta de sinalização, baixa iluminação etc.”, pontuava um trecho da nota.
O cenário na UNIR é tão incerto que nem mesmo os professores se entendem, o que complica a vida do aluno que só deseja retornar para a rotina de estudos. “Ninguém consegue informar nada! Você pergunta algo e eles não te dão uma resposta exata”, explica o estudante.
“Enquanto o cenário de indecisão rodeia o campus, ao estudante resta esperar a boa vontade de pessoas que atrasam a vida e a rotina de uma universidade que, em 2024, completa 42 anos de existência e que tinha tudo para estar no ranking das melhores universidades da Região Norte. A UNIR precisa se alinhar, do contrário, corre sérios riscos de ser abandonada de portas abertas, como já vem ocorrendo por conta da evasão”, finaliza.