O homem ribeirinho, na sua desmesurada magnitude humana, trabalha na sua imaculada empatia no sentido de preservar, de forma consciente, o exuberante ecoequilíbrio planetário que o faz acreditar imensuravelmente na axiologia ontológica do bem viver sem que haja o agravamento de políticas verdadeiramente democráticas e inclusivas para os povos da floresta.
Geneviève Azam – pesquisadora francesa, economista e professora da Universidade Toulouse-Jean-Jaurès – esclarece que no âmago de sociedades fundadas sobre o crescimento, a paralisia deste significa recessões econômicas insustentáveis, com a explosão da miséria, o agravamento de políticas produtivistas e extrativistas, e abalos democráticos.
Segundo nos diz Geneviève Azam:
“A conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e o desenvolvimento, também conhecida como Eco-92, fez dessa proposta sua coluna vertebral. No entanto, a explosão das desigualdades e a superação dos limites ecológicos tornaram obsoletas quaisquer esperanças de desenvolvimento sustentável”.
Para as populações ribeirinhas da Pan-Amazônia, o desenvolvimento sustentável está sendo brutalmente arrancado de suas almas e de seus modos de vida tradicionais. As diretrizes neoliberais e a globalização econômica e financeira continuam arrebatando com ódio e antipatia as coletividades originárias e tradicionais dos briosos e impolutos lugares amazônicos.
Não deixemos a verde mata morrer
Porque juntos seremos condenados
Não deixemos que inocentes sejam sacrificados
Porque a massa humana precisa sobreviver
Não deixemos o nosso povo perecer
Porque a vida vive triste e doente
Não deixemos de plantar uma semente
Porque precisamos de fé e esperança
Não deixemos a tristeza abater uma criança
Porque sabemos que na floresta tem gente!
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Aqui tem gente – parte VIII