Ari Uru-Eu-Wau-Wau pontuou seu nome na história das lutas em prol do ativismo brasileiro. E igual a tantos guardiões da Amazônia, o indígena rondoniense entrou na triste estatística dos crimes contra quem ousou lutar em prol dos seus direitos. No caso do Ari, a investigação da Polícia Federal (PF) indicou para uma morte com princípios fúteis, ou seja, o indígena teria sido morto em virtude de uma simples implicância do suspeito, o dono de um bar que Ari costumava ir.

O crime ocorrido no dia, 17 de abril de 2020 continua rodeado de mistérios. Em 2022, após a investigação passar para a responsabilidade da Polícia Federal (PF) foi que surgiu uma resolução. No inquérito, a PF declara que Ari foi assassinado pelo simples fato de o dono do estabelecimento onde costumava beber, não gostar dele. O réu já tinha passagens pela justiça, inclusive por tentativa de feminicídio.

Alguns dias antes, o suspeito diante de testemunhas prometeu que mataria o indígena. O inquérito aponta que ele premeditou o crime. Segundo a investigação, no dia, Ari foi até o estabelecimento (bar). No local, o suspeito passou a embriagá-lo. Aproveitando da fragilidade do indígena, o réu, de acordo com o inquérito o espancou até a morte.
Após isso, o acusado se desfez do corpo levando-o para o lugar em que foi encontrado na divisa de Governador Jorge Teixeira e Jaru (RO). No próximo dia, 15, quatro anos após o assassinato, o réu que não teve a identidade revelada vai a julgamento. A audiência acontecerá no Fórum Victor Nunes Leal em Jaru, município distante 300 km da capital.
A ativista e indigenista, não descarta que a morte de Ari tenha ligação com a existência de um mandante. “Há quatro anos, o Ari Uru-Eu-Wau-Wau, o guardião da floresta foi assassinado. Agora teremos o julgamento do assassinato dele. Minha preocupação é que o mandante do assassinato não seja condenado. Eu clamo por justiça. Peço que todos nós ajudem a cobrar justiça pela vida de Ari”, declara.