Nos dias 4 e 5 de abril, o Grupo de Pesquisa em Cultura, Literaturas e Amazônias (GPCLAM) realizou o 1º Ciclo de Debates sobre “Narrativas Amazônicas: Indígenas, Mulheres e Encantados na Literatura e outras Artes”, no auditório da Universidade Federal de Rondônia, no centro de Porto Velho. O GPCLAM é presidido pelas professoras doutoras Sônia Sampaio, Mara Nogueira e Larissa Pissinatti e é composto por egressos e mestrandos do Mestrado em Estudos Literários da UNIR.
Abrindo o evento, na tarde do dia 4 a Profa. Marisa Gama-Kalil proferiu a palestra “Cartografias das metamorfoses em narrativas indígenas da nação Maraguá: Animismo, perspectivas e subjetividades”. O momento cultural desse dia ficou a cargo dos produtores culturais e dramaturgos Andressa Silva, Fabiano Barros e Amanara Lube, que abordaram o tema “Processos Criativos e Narrativas Amazônicas”, incluindo o sorteio de livros voltados aos temas. Entre eles, foram sorteados exemplares da publicação “Encenações Distópicas na Amazônia” (Ed. Sorian, 2023), de autoria dos professores Moisés Santiago e Edilene Santiago, na forma de peça teatral em 1 ato e 7 cenas. “Este livro é uma elegia à terra, uma ode à esperança e um convite à reflexão, pois nas suas páginas a Amazônia revela sua alma e seus segredos mais profundos” afirmou a Profa. Dra. Mara Genecy Centeno Nogueira. Sobre o mesmo livro, o Prof. Dr. Fernando Simplício dos Santos acrescenta: O livro faz um alerta para repensarmos políticas predatórias as quais visam ao lucro imediato e à exploração da Grande Floresta. Não por acaso, esta peça teatral exerce um papel que está caracterizado muito além do regionalismo.”
“O GPCLAM surgiu a partir de inquietações e reflexões profundas sobre o que é dito e escrito na literatura de expressão amazônica, com o intuito de analisar a presença das diversas culturas e das distintas realidades amazônicas. O Grupo conta com duas linhas de pesquisa: Literatura e Diversidade (escritas amazônidas e escritas femininas, incluindo os encantados e o universo plural dos estudos culturais e pós-coloniais/decoloniais) e Literatura para a Infância (temas fraturantes, incluindo o universo fabular, a ilustração, suicídio, guerra, migração, violência contra a mulher, prisões do feminino)”, explicou a Profa. Dra. Mara Nogueira.
No dia 5, a Profa. Dra. Josebel Fares contribuiu com a palestra “Eneida, simplesmente Eneida”, seguida das apresentações das mestras e pesquisadoras Elysmeire Pessôa, Jamyle Brasil e Maria Constâncio. O momento cultural foi enriquecido com o tema “Arte e Espiritualidade”, desenvolvido pela atriz, dramaturga e diretora de teatro Jória Lima, mediada pela mestranda Edilene Santiago, abordando questões ligadas à imaterialidade, zeitgeist, pneuma, abstração, subjetividades, contradições, ideal de beleza e harmonia, variedade de linguagens, além das referências a Flávio Dutka, Van Gogh, Rembrandt, Villa-Lobos, Bado, Rainer Maria Rilke e João Nogueira.