No sábado dia 13, o Brasil perdeu Edemar Cid Ferreira, ex-presidente do Banco Santos, aos 80 anos. Conhecido por sua trajetória empresarial tumultuada e sua coleção de arte de renome, Ferreira faleceu devido a um infarto. O ex-banqueiro, que alcançou as manchetes por duas décadas após a liquidação do Banco Santos, experimentou uma reviravolta dramática em sua vida, passando de um dos empresários mais ricos do país a viver em um modesto apartamento alugado.
A história de Edemar Cid Ferreira é marcada por altos e baixos significativos. Depois de perder sua mansão no Morumbi, projetada pelo renomado arquiteto Ruy Ohtake, Ferreira mudou-se para um apartamento na capital paulista, vivendo uma vida simples e dependendo da ajuda financeira de seus filhos. Sua antiga residência, famosa por suas luxuosas instalações, incluindo duas piscinas e uma grande adega, foi adquirida por Janguiê Diniz em um leilão por R$ 27,5 milhões.
A intervenção do Banco Central no Banco Santos em 2004 e a subsequente liquidação da instituição em 2005 foram os pontos de virada na vida de Ferreira. O banco, que estava entre os maiores do Brasil, enfrentou um déficit de R$ 2,1 bilhões, levando ao seu colapso e à prisão de Ferreira por crimes financeiros.
Além de sua carreira bancária, Ferreira era amplamente reconhecido por sua impressionante coleção de arte, considerada uma das maiores da América Latina. A coleção, que incluía obras de
Tarsila do Amaral, Victor Brecheret e Jean-Michel Basquiat, foi leiloada para ajudar a cobrir as dívidas da instituição financeira após a falência do banco. O leilão, que incluía peças valiosas e únicas, arrecadou cerca de R$ 151 milhões, contribuindo significativamente para a massa falida do Banco Santos.
Apesar dos desafios legais enfrentados por Ferreira, incluindo a anulação de sua sentença pela gestão fraudulenta do Banco Santos em 2015 e a subsequente ordem de novo interrogatório, ele manteve uma postura otimista, acreditando na justiça e na verdade. Seu período na prisão de segurança máxima em Tremembé, São Paulo, foi descrito por ele como uma experiência gerenciável, mantendo-se firme em sua convicção de inocência.
A morte de Edemar Cid Ferreira marca o fim de uma era no setor bancário brasileiro, deixando um legado controverso e uma história de ascensão e queda notável. Enquanto o debate sobre a tributação de heranças e a regulamentação financeira continua, a trajetória de Ferreira permanece como um exemplo complexo dos altos e baixos do mundo dos negócios no Brasil.
Com informações: infomoney.com.br