O feminicídio, caracterizado pelo assassinato de mulheres em decorrência de violência doméstica, discriminação ou menosprezo à condição feminina, tem se mostrado um desafio crescente no Brasil. Apesar da Lei do Feminicídio (Lei 13.104/2015) estar em vigor há oito anos, os casos têm aumentado no país, evidenciando a necessidade de medidas mais eficazes para sua prevenção e combate.

Um exemplo marcante foi o caso da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, que a deputada estadual Renata Souza classificou como um “feminicídio político“, destacando a interseção entre violência de gênero e política.

Dados da Organização Mundial da Saúde de 2021 apontam que o Brasil possui uma das maiores taxas de feminicídio do mundo, com 4,8 casos a cada 100 mil mulheres. Em 2022, Rondônia liderou o ranking nacional, com 3,1 casos a cada 100 mil mulheres.
Dentre as ações judiciais, o Ministério Público tem obtido condenações em casos de feminicídio, como no exemplo de um homem condenado por assassinar sua ex-companheira após ela recusar reatar o relacionamento. Além disso, o MP tem destacado sua atuação em casos que resultaram em condenações, evidenciando a importância do papel judicial no combate a esse crime.

Em resposta ao cenário alarmante, iniciativas como a Marcha das Margaridas 2023 têm se destacado. Neste evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decretos voltados às trabalhadoras rurais e medidas para prevenir o feminicídio. Além disso, especialistas como Brígida Amanda têm discutido o aumento dos casos e a necessidade de medidas preventivas.
O Supremo Tribunal Federal (STF) também tem atuado na área, como no julgamento para proibir a tese de legítima defesa da honra em casos de feminicídio, buscando eliminar argumentos que perpetuam a violência de gênero.
Cada caso, como o trágico feminicídio ocorrido em Cuiabá, onde um marido matou a esposa e notificou a mãe da vítima, ressalta a urgência de ações mais efetivas contra essa forma de violência.
O levante feminista contra o feminicídio também ganha força, destacando a necessidade de conscientização e ação coletiva para enfrentar e reduzir o feminicídio no Brasil e no mundo.
Em síntese, o feminicídio no Brasil é um problema complexo e multifacetado que requer uma abordagem holística, envolvendo legislação, ações judiciais, políticas públicas, educação e conscientização social para sua efetiva erradicação.