Por Pedro Bentes
A pauta da educação ambiental tem ganhado os corredores da Secretaria Municipal de Saneamento e Serviços Básicos (Semusb) devido um ecoponto criado pela agente de limpeza Leyla Correia. O trabalho da servidora tem mostrado que é possível dar outra destinação ao que antes seria somente lixo.
Foto – Felipe Ribeiro
Popularmente conhecidos como garis, todos os dias os agentes de limpeza da Prefeitura se deparam com uma grande quantidade de lixo descartado incorretamente nas vias, nos terrenos baldios e espaços públicos, além da falta de iniciativa dos próprios moradores em separar corretamente os resíduos sólidos.
Essas constatações motivaram a Leyla a iniciar uma mudança em relação ao tratamento do lixo. “A Semusb é uma secretaria que lida diretamente com a questão do lixo e, por isso, entendemos que precisávamos ser exemplo e iniciar os trabalhos dentro de casa”, explica a gari, que também é integrante do Núcleo de Educação Ambiental da Semusb.
Para materializar isso, ela e o seu grupo montaram uma ecoponto para a coleta seletiva nos corredores da própria secretaria. Tonéis, antes sem nenhuma utilidade aparente, agora comportam garrafas pets e caixas de papelão, materiais que são fonte de renda para catadores independentes.
Cestos de lixo e canos de PVC se transformaram em luminárias customizadas. O mesmo destino foi dado a dezenas de copos plásticos descartados pelos servidores que agora foram orientados a adotarem a própria garrafinha.
Já caixotes de madeira, que costumam ser encontrados com frequência em feiras livres pela cidade, foram convertidos em prateleiras e estantes para livros, enquanto garrafões e baldes descartados pela construção civil foram transformados em vasos de plantas.
O ecoponto também serve para o descarte correto de pilhas e lâmpadas que trazem severos danos à natureza quando descartadas incorretamente.
“A nossa meta agora é não deixar essa iniciativa restrita à secretaria, mas levá-la à comunidade. Estamos indo às escolas, associações de bairro e condomínios que querem motivar seus moradores a trabalharem essa ideia dentro de suas casas. Nesses encontros, mostramos que boa parte do lixo descartado serve de renda para catadores, além de ter uma contribuição imensa para o meio ambiente”, reforça Leyla Correia.
SANEAMENTO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A coleta seletiva e a correta destinação dos resíduos sólidos são parte integrante do saneamento básico. Recentemente, a Prefeitura tem avançado nas tratativas sobre o assunto e a expectativa é de que Parcerias Público-Privada (PPPs) possam trazer, a curto, médio e longo prazo, benefícios à população e ao meio ambiente.
“Já temos nos mobilizado para estender a educação ambiental também para a área do saneamento. É uma questão que está prevista, inclusive, no Plano de Saneamento Básico do Município. Acreditamos que o poder público e a população fazendo cada um a sua parte teremos uma cidade mais sustentável e com mais qualidade de vida”, acrescenta Marcel Barroso, diretor de Saneamento da Semusb.