Por Emerson Barbosa
As imagens que mostram à ativista Txai Suruí (Walela Soet Xeige), a coordenadora da Associação Etnoambiental (Kanindé), Ivaneide Cardozo sendo acuadas por homens que se intitulam proprietários de terras no PAD – Burareiro, tem repercutido dentro e fora do país negativamente.
Entidades públicas e privadas, passaram a pressionar o governo brasileiro pela saída dos invasores da terra indígena Uru-eu-Waw-Wau. Numa publicação exposta na página @PaiterSuruí, o organismo descreve a área como homologada pela União, após uma disputa entre os Uru-eu-Wau-Waus e os grileiros, há mais de 40 anos.
De acordo com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a terra em questão, abriga os grupos Oro Win e Amondawa, além de indígenas não contactados. A acirrada disputa entre os invasores e os indígenas, têm promovido uma série de conflitos como desmatamento, roubo de madeira e ameaças contra a integridade física das populações indígenas locais.
As imagens onde Txai Suruí, a mãe dela, a coordenadora da Kanindé Ivaneide Cardozo, um grupo de indígenas e visitantes são surpreendidos por homens que se intitulam donos das terras estão gerando indignação pelo país e o mundo. Na internet, uma petição aberta ao público já conta com mais de 500 assinaturas. O documento promove uma manifestação de repúdio contra a investida sofrida pelas ativistas por meio dos invasores.
Em um dos vídeos, um homem toma a frente e passa a negociar com Txai, inclusive fala de um encontro com representantes da Funai e Incra. Outro homem, afirma que não vão deixar a terra, pois já investiram financeiramente nas propriedades.
foto: Kanindé
PAD Burareiro integra o Projeto de Assentamento Dirigido do governo federal, criado no auge da colonização de Rondônia. Há mais de 40 anos, o direito pela terra é questionado pelos Uru-eu-Wau-Wau. A informação é que área já foi reconhecida pelo Incra e a Funai como uma propriedade pertencente ao território indígena.