Por Marquelino Santana
Na aversa repulsa da abominação humana, a absurdez tirana nos ceifa a imaculada liberdade da vida e nos condena ao execrado estado da alma. Nessa repugnante abnegação ao outro, o homem peleja para subir nos degraus complacentes dos tribunais e promover o advento transparente do poder público mundial vigente.
Mas observemos que essa peleja rotineira nem sempre sai como desejamos, visto que os malevolentes gargalos das ações se encontram dentro da própria instituição que fiscaliza e julga, basta atentar para a forma grosseira e fútil como agem os seus atores principais ao deflagrarem as suas operações oficiais.
Essas operações em vez de proporcionar uma segurança aos parceiros de outrora, elas promovem um pérfido constrangimento àqueles que também morrem pela transparência pública.
Vale ressaltar, porém, que os sujeitos do constrangimento não são generalizados, pois ainda existem aqueles que se dirigem como homens íntegros, probos e de conduta cotidianamente ilibada, ou seja, carregam uma educação herdada de gerações no contexto familiar que nos ensinam a viver com dignidade, sem tratar o semelhante com desprezo e arrogância.
Por isso é relevante ter tudo na ponta do lápis, para que na hora de fazer as contas, saber tirar a prova dos nove fora, e assim poder comprovar que o relógio da ditadura também possui as suas horas mortas.
Marquelino Santana é doutor em geografia, pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas, Modos de Vida e Culturas Amazônicas – Gepcultura/Unir e pesquisador do grupo de pesquisa Geografia Política, Território, Poder e Conflito da Universidade Estadual de Londrina.