Por Wanglézio Braga
As águas do Rio Acre estão baixando, boa notícia para as milhares de pessoas que foram atingidas pelas enchentes. Em alguns lugares, como na cidade de Brasiléia (AC), na fronteira Brasil/Bolívia, o manancial até já voltou ao nível normal. Para muitos, o momento é de encarar a realidade e contabilizar os estragos. É isso que o empresário e jornalista Alexandre Lima, proprietário do Jornal O Alto Acre procura fazer.
Nas redes sociais, Lima publicou um vídeo relatando o cenário pós-enchente com destaque para o que sobrou das instalações de um dos veículos de comunicação mais importante daquela região de fronteira. Ao News Rondônia ele comentou que essa é a terceira enchente que o seu jornal enfrenta. O periódico vai completar 18 anos de fundação neste mês, com destaques para boas coberturas e episódios tristes como esses.
“Assim como muitos empreendimentos do ramo de alimentação, de vestuário, do comércio, por exemplo, o da comunicação também foi atingido. A nossa sede ficou debaixo d’água. Isso quer dizer que a comunicação sofreu seus impactos (…) As notícias foram atrasando, não havia luz, internet ou algo do tipo para repercutir o que havia acontecido por aqui”, contou.
Durante o relato, Alexandre também frisou que o estrago não foi maior porque os funcionários do jornal se anteciparam e retiraram alguns mobiliários. No momento que o espaço foi atingido, ele estava cobrindo a alagação na capital acreana. “Já estava chocado pelo que via na capital, fiquei mais ainda pelo que havia acontecido na nossa cidade e consequentemente no nosso jornal. Tudo foi muito rápido, sem tempo para salvar muita coisa”, acrescentou.
No dia 25 de março, um dos momentos mais pavorosos para os habitantes de Brasiléia, o Rio Acre havia alcançado 13m, atingindo sete bairros. A ponte que liga ao município de Epitaciolândia foi interditada para o tráfego. Milhares de pessoas já estavam desabrigadas e acomodadas em casas de parentes ou nos abrigos da prefeitura. O nível só veio baixar consideravelmente por volta do dia 30, revelando um cenário caótico.
“Ter que retornar e encontrar o seu empreendimento assim, um projeto feito para manter as nossas famílias, é muito triste. É um desgaste psicológico muito grande. A palavra agora é recomeçar e buscar mais resiliência. São os ossos do ofício que infelizmente temos que cumprir, mas a hora é de levantar a cabeça e seguir. Não será uma enchente que vai nos parar. O novo projeto tem nome; é sacudir a poeira e recomeçar”, concluiu.