Autora: Renata Camurça
O Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase é lembrado anualmente em 29 de janeiro. A data marca a importância do diagnóstico precoce da doença.
A hanseníase é uma das enfermidades mais antigas do mundo. No passado, as pessoas que tinham a doença eram enviadas aos leprosários ou excluídas da sociedade, os enfermos eram proibidos de entrar em igrejas, tinham que usar roupas especiais e carregar sinetas que alertassem a sua presença. Isso, porque acreditavam que a enfermidade era relacionada ao pecado, castigo divino ou impureza, pois era confundida com doenças venéreas.
Hoje, sabemos que a hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, causada pelo bacilo Myconbacterium leprae e que a transmissão ocorre através das vias aéreas (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro) de pacientes sem tratamento. O paciente que está sendo tratado, deixa de transmitir a doença.
A doença atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas e nariz. Os sintomas da hanseníase são:
·Manchas na pele (esbranquiçada, avermelhada ou acastanhada);
·Caroços e inchaços no corpo, em alguns casos, avermelhados e doloridos;
·Entupimento, sangramento, ressecamento do nariz;
·Ressecamento nos olhos;
·Áreas da pele, mesmo sem manchas, que formigam ou ficam dormentes, com diminuição ou ausência de dor, de sensibilidade ao calor, ao frio e ao toque.
A qualquer sinal destes sintomas, procure urgentemente um médico. O diagnóstico é realizado por exame geral ou dermatoneurólogico para identificar lesões ou áreas da pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas.
A hanseníase tem cura. E, é mais fácil e mais rápida quando diagnosticada precocemente. O tratamento é via oral, composto pela associação de dois ou três medicamentos.
A cada ano, cerca de 210 mil pessoas são diagnosticadas com hanseníase, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). O Brasil é o segundo país com maior número de casos no mundo, com 28.660, ficando abaixo somente da Índia. Conforme o boletim epidemiológico enviado à OMS, em 2021, foram diagnosticados no país, 15.155, casos novos da doença.