Autor: Moisés Selva Santiago
Outra vez, vemos o desespero de certos líderes cristãos ao suporem que a igreja cristã necessita ser defendida pelo candidato A ou B em nossa pátria amada. Parece que algumas lições bíblicas e históricas são esquecidas nesse período eleitoral, provocando agonia e exasperação neles e no povo.
Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil
Recordemos que a igreja cristã foi organizada pelo próprio Jesus sem nenhum apoio do Império Romano, governante na época. Pelo contrário, nas vezes em que a igreja nascente se envolveu com o estado, houve problemas: Judas foi corrompido com 30 moedas e Jesus, sentenciado à morte.
Seria ótimo se tal liderança cristã acreditasse no que é comprovado pela Bíblia e pela história: todos os regimes e governos do mundo passaram e passarão, mas a igreja permanece porque "nem as portas do inferno" prevalecerão contra ela – e prevalecer é sinônimo de sobressair-se, dominar e vencer, conforme Jesus afirmou (Mateus 16.18-20).
Será que esses pastores e padres se alvoroçam na época das eleições presidenciais para defender a igreja? Não! Agem assim freneticamente para protegerem seus interesses pessoais, templos e denominações que lhes garantem benesses, dinheiro e poder político de barganha, além de benefícios nos impostos e taxas – sem falar em passaportes diplomáticos.
O Império Romano passou. Reis, imperadores, presidentes e ditadores, de esquerda ou de direita, deixaram de existir – entanto a igreja permanece. É Reino de Deus, e não de poderes passageiros. Ela é infinitamente maior que 30 moedas ou qualquer cifra milionária. E nem a morte de Jesus e de todos os mártires, pelas mãos de governos e regimes, conseguiram exterminá-la.
Esta mesma igreja chega ao século XXI tendo sofrido incontáveis perseguições de tantos governos. Por isso, (perdoe-me a cacofonia) a tentativa tresloucada de reduzir a igreja cristã a um resultado nas urnas tem o mau cheiro da Fé de 4 em 4 anos.