Autor: Emerson Barbosa
O estado de Rondônia venceu nesta quarta-feira, (06), a mais importante premiação voltada ao ativismo social brasileiro. Na sua primeira edição, o Prêmio Megafone de Ação Direta escolheu Protesto em Rondônia, “Quem Matou Ari Uru-Eu-Wau-Wau?” que exigiu durante uma manifestação realizada em 2021, a federalização das investigações em torno do assassinato do ativista indígena que atuava contra a ação dos invasores em seu território. O crime continua impune.
Para a coordenadora Geral da Associação de Defesa Etnoambiental (Kanindé), Neide Bandeira, a escolha é uma demonstração de coragem na luta contra as injustiças.
“Ter ganho na categoria Ação Direta deixa muito claro que a juventude perdeu o medo, e que não aceita o crime impune. O povo está indo as ruas, e certamente esse prêmio ajuda a luta e a dizer basta com tantos desmandos. Isso vai se refletir nas urnas com certeza”, manifesta.
Cozinha da Ocupação 9 de Julho, desenvolvida para suprir as necessidades por alimentação do Movimento dos Sem Teto do centro de São Paulo; Ação Salve o Rio Itapanhaù, movimento popular contrário a obra que visa a transposição questionada por pesquisadores, ambientalistas e moradores da região.
Borba Gato em Chamas, ato de grande significado contra o colonialismo e capitalismo que lembrou a ação genocida dos bandeirantes contra os povos originários, foram finalistas junto a categoria vencedora.
O estado de Rondônia foi finalista em três categorias. Cidadão Indignado, com Discurso de Rua “Fora Bolsonaro” feito pela ativista e pesquisadora Lyne Pinheiro, de Cacoal. Reportagem de Mídia Independente:
“No País do agrotóxico, mulheres da agricultura familiar de Rondônia vão na contra mão e 58% não utilizam veneno, de Larissa Zuim, Portal Amazônia. Categoria Especial Prêmio Megafone teve como finalista, a coordenadora do Movimento Indígena, a ativista Taxi Suruí.
“Rondônia ter tido 04 indicações em 4 categorias diferentes demonstra que os rondonienses estão cansados com essa situação de corrupção, de retrocesso nos direitos e de desmandos na área ambiental e de direitos humanos”, explica Neide Bandeira.
O Prêmio Megafone carrega como lema a contribuição para aumentar “a visibilidade das ações ativistas no Brasil”. A primeira edição teve 70 indicados e 14 premiados.