A empresa de biotecnologia americana Moderna anunciou, nesta terça-feira (25), que sua vacina contra a Covid-19 foi eficaz em adolescentes de 12 a 17 anos. Em testes de fase 2/3, nenhum caso da doença com dois ou mais sintomas foi observado em participantes que receberam as duas doses da vacina. Ao todo, 3.732 participantes foram inscritos.
A empresa afirmou que pretende submeter dados a agentes regulatórios mundiais no início de junho. A vacina da Moderna, que usa a tecnologia de RNA mensageiro (veja infográfico), não está disponível no Brasil.
Se os dados da vacina da Moderna forem aprovados pela agência regulatória americana, a FDA (Food and Drug Administration), a vacina será a segunda com autorização de uso em adolescentes de 12 a 17 anos no país. A primeira foi a da Pfizer, que já podia ser aplicada em pessoas a partir dos 16 anos e, no último dia 10, recebeu autorização de uso em adolescentes de 12 a 15 anos.
Assim como a da Moderna, a vacina da Pfizer também usa a tecnologia de RNA mensageiro e também teve eficácia de 100% entre adolescentes.
Veja detalhes dos testes da Moderna em adolescentes:
Os adolescentes foram separados de forma aleatória entre o grupo da vacina e o grupo placebo (que recebe uma substância inativa). A cada dois adolescentes vacinados, um recebia o placebo (proporção de 2:1).
O grupo vacinado recebeu duas doses da vacina.
Ter dois ou mais sintomas da doença e um teste positivo do tipo PCR 14 dias depois da segunda dose foi considerada a definição primária de caso.
Considerando os critérios acima, nenhum caso de Covid-19 com dois ou mais sintomas foi observado em participantes que receberam duas doses da vacina da Moderna. No grupo placebo, houve 4 casos da doença. Dentro desse critério, a eficácia da vacina foi de 100%, assim como a da Pfizer (veja detalhes mais abaixo).
Como a taxa de incidência de Covid-19 é menor em adolescentes, uma definição secundária de caso, com base na definição do CDC (Centro de Controle de Doenças), também foi avaliada para incluir casos com sintomas mais leves.
Usando a definição do CDC – que requer apenas um sintoma de Covid e um teste PCR positivo – a vacina teve eficácia de 93% 14 dias após a primeira dose.
A vacina foi bem tolerada, com um perfil de segurança e tolerabilidade consistente com o estudo de fase 3 em adultos. Nenhuma preocupação significativa de segurança foi identificada até o momento. A maioria dos eventos adversos foram de gravidade leve ou moderada; o mais comum foi dor no local da injeção. Os eventos adversos sistêmicos mais comuns após a segunda dose foram dor de cabeça (cefaleia), fadiga, dor no corpo (mialgia) e calafrios.
Até agora, 39,3% da população americana já está completamente vacinada contra a Covid-19 – o equivalente a 130,6 milhões de pessoas. No Brasil, esse número é de 20,9 milhões, o equivalente a 9,89% da população.