O Google anunciou nesta terça-feira (16) que irá cortar pela metade as comissões cobradas dos criadores de aplicativos em sua loja Google Play até que eles alcancem US$ 1 milhão em receitas.
Tradicionalmente, a empresa cobra uma taxa de 30% em todas as transações mediadas em sua plataforma. Agora, os desenvolvedores pagarão 15% até atingirem o limite.
O Google fica com uma fatia das transações realizadas – desde a compra do app em si, até aquisições realizadas dentro do aplicativo, como itens um jogo ou a assinatura de um plano, por exemplo.
A mudança fará com que "99% dos criadores vejam uma redução em 50% nas tarifas", segundo a empresa. A novidade passa a valer em 1º de julho de 2021.
A Apple também anunciou um programa parecido em novembro passado, mas com uma diferença: a redução da taxa vale somente para pequenas empresas que faturam até US$ 1 milhão em um ano.
Na política do Google, grandes empresas também estão contempladas, uma vez que a taxa aumenta somente sobre a receita que ultrapassa o valor definido.
Briga com criadores de apps
Essa mudança acontece depois de a empresa ser pressionada pelo "imposto" cobrado em sua loja de aplicativos.
Uma das grandes disputas acontecem com a Epic Games, criadora do popular jogo "Fortnite".
No ano passado, a desenvolvedora tentou evitar a taxa de 30% lançando seu próprio sistema de pagamentos, levando a Apple a banir o Fortnite de sua loja.
A criadora de "Fortnite" processou a Apple pelas práticas na App Store – e outras grandes empresas criaram uma coalizão para brigar contra o "imposto" da Apple e Google.
A redução da taxa do Google apenas alivia parte da carga financeira dos desenvolvedores, disse a Epic, acrescentando que o Android precisa estar totalmente aberto à competição por um mercado de aplicativos justo.
As práticas das donas de lojas de aplicativo já estão na mira de algumas autoridades.
O regulador de concorrência do Reino Unido abriu uma investigação contra a Apple após reclamações de condições injustas e anticoncorrenciais em sua App Store.
Nos EUA, estados como Arizona e Dakota do Norte estudam projetos de lei que podem obrigar as companhias a oferecerem alternativas para a distribuição de apps e opções de pagamento.