A rotina simples do adolescente Claudiney Santos, de 14 anos, morador do Seringal Boa Esperança às margens do Rio Purus, no interior do Acre, foi drasticamente alterada após o diagnóstico de osteossarcoma — um tipo raro e agressivo de câncer ósseo. O tumor, localizado no ombro direito, foi descoberto após uma queda enquanto cuidava de um bezerro, em dezembro do ano passado.
Filho único e acostumado à vida no campo ao lado do pai, pequeno agricultor, Claudiney teve que deixar a lida com o gado e as aulas — ele estava prestes a iniciar o 9º ano — para iniciar uma batalha pela vida. A família percorreu mais de 600 km, passando por longas horas de barco até Sena Madureira e, posteriormente, indo para Porto Velho, em Rondônia, onde o jovem foi finalmente acolhido pelo Hospital do Amor.
Sem conseguir atendimento em Rio Branco, a família buscou o Tratamento Fora do Domicílio (TFD), mas não obteve retorno. Por conta própria e com recursos limitados, os pais do jovem alugaram uma pousada simples na capital rondoniense, a cerca de 23 km do hospital. Os custos com transporte, alimentação e aluguel se tornaram um fardo adicional à luta contra o câncer.
Claudiney iniciou sessões de quimioterapia com o objetivo de reduzir o tumor — do tamanho de um limão — e evitar a amputação do braço. Além da doença, foi diagnosticado com um trombo no coração e um nódulo no pulmão, o que levou à internação na UTI e à necessidade de um tratamento paralelo com medicamentos para trombose.
“Estou tratando essa doença e pra Deus nada é impossível”, disse em entrevista. Ele sonhava em tocar violino nos cultos da igreja que frequenta com os pais, mas agora luta para sobreviver.
A família lançou uma campanha para arrecadar fundos e cobrir as despesas com o tratamento. O pai, Claudeni Costa Silva, alerta ainda para tentativas de golpe envolvendo o nome do filho: uma pessoa estaria usando sua imagem indevidamente para arrecadar dinheiro fora da conta oficial.
Quem desejar ajudar Claudiney pode entrar em contato direto com os familiares ou acompanhar as informações pelas redes sociais oficiais divulgadas pela família. A luta do menino, longe do lar, é um apelo por solidariedade e respeito à vida.
Com Informações: G1 AC