Pouco mais de 3.981 quilômetros separam o Estado de Rondônia da República Oriental do Uruguai. O país de 176.215 km², com fronteira entre o Brasil e a Argentina, tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,808, considerado alto e um dos melhores do mundo.
O Uruguai é também conhecido por suas áreas verdejantes, cidades planas e planejadas, extensos litorais, e um clima frio ventilado. Mas nos últimos tempos o que vem chamando a atenção no país é a redução da taxa de infecção e de mortes pelo novo coronavírus.
Na prática e na teoria o Uruguai e Rondônia realmente não têm muita coisa em comum, mas existe uma diferença entre a nação sede da primeira Copa do Mundo na América do Sul e o Estado brasileiro, um trabalho sério no controle da pandemia do novo coronavírus por seus governantes.
O Uruguai com mais de 4 milhões de habitantes concentrou até essa quinta-feira (18), 50.208 casos novo coronavírus, desde o surgimento da pandemia no dia 13 de março de 2020. Até agora, são 44.481 recuperados, e 553 mortes.
Rondônia que também registrou os primeiros casos da doença em março, soma hoje, 139.520, sendo que 119.095 de pacientes recuperados e 2.586 mortes. Na comparação seria dizer que a República do Oriente tem 2.015 mortes a menos que o Estado de Rondônia. Porto Velho, em que a população e de 539 mil habitantes, responde pela maior parte dos casos com, 52.678 e 1.169 óbitos.
Os números de Porto Velho superam gritantemente os da capital Montevidéu. Com população de 1,4 milhão de habitantes, a sede do Uruguai acumula 28,091 registros, com 360 mortes.
Nas ultimas 24 horas, Rondônia registrou 25 mortes, 4 delas em Porto Velho, foram quase 80 óbitos em apenas 3 dias neste mês de fevereiro. Enquanto que o Uruguai teve 5 mortes e 497 novos casos do novo coronavírus nas últimas horas.
Dos 19 estados uruguaios, Flores, com 25 mil habitantes não tem registro nenhum de óbito desde começo da pandemia. Destacam também os estados Rio Negro, Colônia, Treyta y Três, Lavalleja, Rocha, Río Negro, e Paysandu. Nestes locais a taxa de mortalidade não ultrapassou até o momento os 6 óbitos.
O pior é que não tem formula e muito menos segredo, mas existe seriedade pela vida humana por aqueles que administram o país.
Assim que a pandemia espalhou pelo mundo e chegou a América Latina, o governo do presidente Luis Alberto Lacalle Pou tratou de fechar e proibir a entrada de estrangeiros no país. Além do mais, ele manteve restrições severas e exigiu responsabilidade da população com os cuidados. O governo reforçou o cumprimento dos protocolos de segurança, punindo em ate 60 dólares, o equivalente a 310 reais o flagrante ao desrespeito as medidas.
Em dezembro o presidente uruguaio já tomava as ações necessárias para evitar mais casos e mortes com a terceira onda da doença, anunciada pelos cientistas. O país é elogiado na América do Sul por seu sucesso no controle da pandemia sem nunca ter decreto uma quarentena obrigatória.
Enquanto isso o Estado de Rondônia, mesmo em meio a Decretos de quarentena e restrições ao funcionamento dos estabelecimentos, assinados pelo governador Marcos Rocha (sem partido), e que exigem da população distanciamento social e por ultimo agora reclassificando todos os 52 municípios na fase-1, o novo coronavírus (SarS-CoV-2) e as mortes pela Covid-19 não dão trégua.
Nas ruas a população critica o governo de Marcos Rocha, e afirma que não enxerga resultado nas ações de enfrentamentos a pandemia. “Mesmo em plena crise da doença, o governador assinou um decreto autorizando o retorno das aulas nas escolas públicas e faculdades. E já existe instituição privando dando aula, arriscando a vida de funcionários”, lamenta a dona de casa Maria Lurdes.
Para analistas, “a impressão é que o excesso de assinaturas de decretos tem levado ao governo ao descrédito perante a população. As ruas não só mostram isso, como zombam do governo com ações que beiram ao desastre. Em um cenário em que a mortalidade estacionou num patamar assombroso, usar a máscara tão bem recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e manter o distanciamento virou praticamente um terreno perigoso de brigas, discussões e até agressões físicas”, explica um virologista da capital.
E no lamento dessa causa, está um vírus letal, que não espera ninguém enxugar as lagrimas, perante uma atuação em que o governo estadual, e os empresários são vistos como a prioridade. Enquanto que o povo um “rebanho” desesperado por não ter a garantia de volta para casa sem nenhum arranhão.
O Uruguai com mais de 4 milhões de habitantes concentrou até está quarta-feira (17), 49.725 casos confirmados do novo coronavírus. São 44.060 recuperados, e 546 mortes.
Na comparação é como afirmar que o Uruguai tem 2.015 mortes a menos que Rondônia, e 619 menos, com relação a Porto Velho. Algo não bate bem em Rondônia e no Brasil.