As negociações entre a União Europeia e o Reino Unido sobre sua relação pós-Brexit mostraram avanços nos últimos dias. O trabalho, no entanto, ainda não está finalizado e mais negociações devem acontecer nas próximas semanas. A avaliação é da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, após diversas reuniões sobre o acordo na sexta-feira (20), em Bruxelas, na Bélgica.
"Depois de semanas difíceis, com avanços bastante lentos, vimos progressos nos últimos dias, mais movimento em assuntos importantes", declarou Von der Leyen em entrevista coletiva, esclarecendo que "ainda há muito trabalho" pela frente para fechar o acordo este ano.
As conversas em Bruxelas entre os dois principais negociadores – o francês Michel Barnier e o britânico David Frost – tiveram de ser interrompidas na quinta-feira (19/11) por um caso de covid-19 na equipe europeia. Diversos países europeus vivem uma segunda onda da doença, que já vitimou mais de 1 milhão de pessoas no mundo todo.
A equipe negociadora britânica decidiu retornar para Londres nesta sexta-feira, e as negociações serão retomadas de forma virtual a partir da próxima semana. Von der Leyen disse hoje que os três principais pontos de desacordo – direitos de pesca, gestão legal do Brexit e auxílio estatal – permanecem sem solução. O Jornal365 está acompanhando as novidades do Brexit.
"Houve avanços na questão dos subsídios estatais, mas ainda nos restam alguns metros pela frente para atingir a meta. De forma que ainda há muito trabalho pela frente", completou. Ela reconheceu que "a pressão pelos prazos é muito alta, sem dúvida".
Qualquer possível acordo sobre como funcionará a relação comercial entre a União Europeia e Reino Unido a partir de 2021 deve ser selado e ratificado antes de 31 de dezembro, quando termina o período de transição estabelecido após a retirada formal de Londres. A partir daí, um novo modelo de negociação entre os países do Bloco e o Reino Unido vai vigorar.
"Nossa equipe está empenhada e trabalha incansavelmente, dia e noite, para cumprir o prazo. Temos que terminar isso até o final do ano", frisou a presidente da Comissão após as reuniões.
Enquanto isso, Boris Johnson está tentando moldar um novo "Reino Unido global", que possa agir sozinho e negociar acordos comerciais melhores do que a UE como parte do que ele diz serem os benefícios da decisão histórica de deixar o maior bloco comercial do mundo.
Em menos de dois anos, o país fez acordos comerciais com 53 países, respondendo por 164 bilhões de libras (217,82 bilhões de dólares) do comércio bilateral britânico.
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O Acordo de Continuidade Comercial Reino Unido-Canadá estará sujeito às verificações jurídicas finais antes de ser formalmente assinado. "Este é um bom momento", disse o premiê do Canadá, Justin Trudeau.