“Máquina pública gasta mal porque gasta muito consigo mesma, com privilégios.” – Ministro Paulo Guedes, da Economia
1-O golpe da República Sindical Brasileira
Urde-se nos subterrâneos da República Sindical Brasileira, o velho truque da galinha morta. A penosa fica estirada no chão e você pensa que ela morreu, mas ao ouvir o mexer de panelas a arisca sai em desabalada carreira. Paulinho da Força estava quieto, Paulo Paim não cacarejava e as centrais sindicais no maior “brefo” mas o golpe estava no forno.
Um deputado de Manaus que pula nos puxadinhos da “izquierda” enfiou a PEC que cria um tal Conselho de Organização Sindical para “deliberar sobre sistema de custeio e financiamento do sistema sindical”. É a safadeza para retorno do Imposto Sindical e dar de mamar à súcia. O texto da PEC está aqui.
2-Energisa: agora vai. Ora se vai… I
O Senador Marcos Rogério foi a ALE onde a CPI ruge contra a Energisa com dois diretores da Aneel. Acreditei que viria o senador Confúcio vez que a Aneel e tudo que “se liga” a energia é feudo do PMDB.
Efrain Pereira da Cruz
O diretor Sandoval Feitosa é ligado a Lobão e Sarney e o Efrain Cruz, o outro diretor da Aneel que foi diretor da Ceron é ligado ao senador Raupp. Daí devo depreender que a crise objeto da CPI contra a Energisa pode se resolver fácil. Contudo, para ser transparente, a Aneel deveria voltar ao momento anterior à privatização da Ceron. O aumento da tarifa logo após o leilão merece um estudo. O resto com o Procon que faz mal e porcamente e o Ipem que faz só porcamente. O Ipem pode mais e não pode ficar como Pilatos no Credo. Que se reveja tudo e não havendo “gato”, que se ligue energia e se cobre a fatura. Se me fiz entender…
3-Energisa: agora vai. Ora se vai… II
Cada empresa tem um estilo próprio de comunicação, eu respeito, mas o produto “distribuição de energia por concessão” é muito específico. Campanhas de esclarecimento, fortalecimento da marca por indução a boas práticas, apoio a cultura e movimentos sociais, são o cardápio geral.
O “gato” é algo cultural no Norte do Brasil e claro em Rondônia, deve ser combatido, mas transformar em “pièce de résistance” da Energisa não foi de bom tom, mormente para quem já sabia do mau humor – não vou às razões – do consumidor. Quem não se comunica… Achei simpática a ideia de se manter por um tempo o nome Ceron. E apenas isto! O resto ó…!
4-Empurrando com a barriga
Enquanto a gente se estapeia aqui por conta da energia elétrica, Paulo Guedes, o ministro da Economia deitou o cabelo no evento em que falou de juros, previdência e cessão onerosa para falar da tarifa de energia. “Imagino em que um ano e meio os preços das termelétricas vão cair cerca de 30% a 40%”, em razão da importação de gás da Bolívia e Argentina, além da produção do pré-sal.
Outra variável para a anunciada queda na tarifa da energia pode ocorrer com a quebra do monopólio na distribuição do gás. Ocorre que não é para já e o presidente Laerte Gomes irou com a Energisa: "famílias precisam fazer uma escolha: ou compram a comida ou pagam a conta de energia. Não dá para aceitarmos isso: a nossa população ser tratada dessa forma por uma empresa que chegou ontem em Rondônia e acha que aqui não há leis, que não temos instituições em defesa da sociedade". Laerte cuspiu marimbondos e chutou o balde.
5-Autonomia concedida?
Auto é próprio. Conceder é dar e aqui o rabo torce a porca. Bolsonaro disse via redes sociais que o novo PGR, Aras, tem total autonomia para exercer o seu trabalho: “Ele agora é o homem da PGR. É independente, como tem que ser a PGR”.
Conversou antes da indicação sobre pautas econômicas – não sei o que, pois Bolsonaro nada sabe de economia (sic) e afirma: “Ele também não domina. Não é um quartel a PGR. Os procuradores têm muita autonomia”. Aí Tico e Teco, meus dois neurônios, piraram: para ser autônomo precisa que alguém ordene? Que raio de autonomia é esta? Aí o Zé de Nana entrou no grupo e avacalhou: “quem aluga o rabo não escolhe onde senta”. Aras está sem cadeira e com o rabo na mão do Bolsonaro. Ara sô…
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