"Que juízes são esses que visitavam a antessala de ministros do Executivo ou de deputados e senadores?" – Bernardo Garcez, chefe da Corregedoria do TJ do Rio de Janeiro.
1-Desmatamentozinho?
Para debater o desmatamento, a Globo News juntou para uma conversa franca que deveria em tese ser também civilizada, o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e o ex-presidente do INPE Ricardo Galvão. Ambos divergem e se acham certos. Galvão diz que o INPE só trata deciência e Salles diz que o INPE é aparelhado.
Quem viu o pau quebrar sabe que é uma briga ideológica. E a motosserra estupidamente segue roncando na mata sem se importar se a árvore abatida é da direita ou da esquerda.
2-Desmatamentozão!
Ideologias fora, pois o contexto é técnico, a Amazônia tinha 340 mil quilômetros antes da constituição de 88 e já chegou a 790 mil quilômetros quadrados segundo o INPE. É relevante sob qualquer aspecto, mas como tudo que é ruim pode piorar, na Amazônia mais de 60% da área desmatada serviu para as pastagens de baixa produtividade e mais de 20% foram abandonados.
A mata naturalmente se recompõe, masa extensão da área desmatada é absurda e a natureza precisará de muito tempo para recuperar.
3-No meio do caminho e ao largo do progresso
Quando Piana lançou o “linhão”, alguém disse que o interior iria engolir a capital e foi o que deu. Agora ele repete, quando a ponte em Abunã for inaugurada, o Acre pode engolir Porto Velho, assim como Humaitá – quem diria! – já engole nossos portos do Bairro Nacional e mais, vem aí a estrada para Manaus.
Nossa rede de distribuição de energia é sofrível, não há água tratada ou esgoto, malha viária precária, o plano diretor está defasado, baixa arrecadação de impostos, transporte coletivo ruim e o descaso histórico com a indústria – a última ação foi do Miguel de Souza quando presidente da Fiero. O que temos é fruto da teimosia de empreendedores. Os governadores jamais olharam a capital e deixar tudo para a Prefeitura beira a covardia e irresponsabilidade.
4-O Continuaremos à beira do caminho?
Porto Velho tem 25% do gado de corte, soja, milho, arroz, cassiterita, madeira, ouro, escolas superiores, história e pontos para explorar o turismo, aeroporto internacional, depósito alfandegado, geração de energia, peixe, etc., mas praticamente não agrega nada à produção.
Fala-se numa esmagadora de soja, em novas plantas frigoríficas e numa ferrovia, mas falta foco, planejamento e vontade política do governo e o que sai é por aborto da sorte. Abrir uma empresa por exemplo é um parto a fórceps. É a treva!
5-Foi dada a largada para a Prefeitura de Porto Velho
Candidatos a candidatos a prefeito de Porto Velho já estão pulando mais que saci em chapa quente. Todos querem a cadeira e acham que lá tudo se resolve como num passe de mágica. Que erro. Porto Velho tem duas estações e o que se faz na seca a chuva arrasta no inverno. Cada prefeito que entra passa um ano para entender isso, dois anos fazendo alguma coisa e outro ano sem entender porque não deu certo. A falta de planejamento de longo prazo estimula o neófito a inventar a roda. Aí a saúde, educação e transporte coletivo trucidam seus planos e o caboco fica igual ao que saiu.
leoladeia@hotmail.com