Porto Velho, RONDÔNIA – Com a ausência da parte maior de representantes de órgãos de controle da segurança pública e da Justiça rondonienses, a Comissão da Pastoral da Terra (CPT), lançou na quinta-feira (25) mais uma edição do Livro Sobre Conflitos No Campo Brasil.
O ato cidadão ocorreu no plenário da Assembléia Legislativa (ALE-RO) e ficou marcado pela ausência da maioria das autoridades acreditadas no Estado responsáveis pelo e controle ou anulação dos conflitos agrários e das ocorrências do gênero, sobretudo em áreas de assentamentos do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA).
O Livro, lançado anualmente com apoio da Igreja Católica brasileira, além de sua importância como medidor da violência praticada contra trabalhadores rurais e lideranças que se destacam à frente dos movimentos sociais, “divulgado acervo meritório de mortes encomendas por latifundiários e grupos econômicos ligados à extração ilegal de minérios e madeira”, relatam lideranças do campesinato amazônico presente ao evento.
O ato contou com a participação de dirigentes da CPT, a nível nacional e serviu para fazer vários alertas sobre o aumento recrudescente da violência no campo na Amazônia Ocidental Brasileira e, especialmente, no Pará, Roraima, Acre e no Sul do Amazonas, “expoente maior de chacinas e ameaças a sem-terra e a ativistas atingidos por barragens”, revelou dirigente da CPT do Amazonas.
O lançamento do livro sob a chancela da Comissão Pastoral da Terra (CPT), com o título “Conflitos No Campo Brasil 2018”, possibilitou durante o evento o registro de novas ameaças lideranças já juradas de morte nos distritos de Porto Velho (Nova Califórnia, Extrema, Vila do Abunã, Vista Alegre do Abunã e Jacy-Paraná) e zona rural e urbana em terras de propriedades da União.
Sobre os números da violência perpetrada por conhecidos fazendeiros e madeireiros em território amazônicos, “são assustadores quando se fala de assassinatos de mulheres campesinas à frente dos movimentos de luta pela água, da manutenção das florestas em pé e defesa do clima”, assinalaram representante da CPT de Roraima.
O rico acervo do Livro da CPT destaca, ainda, “o avanço da violência perpetrada por fazendeiros e madeireiros nas Terras Indígenas e em áreas de proteção em nome do agronegócio”. Esse avanço, segundo analistas, “é permitido, justamente, por agentes públicos, entre os quais, do extinto Programa Terra Legal e do INCRA estaduais”.
No desdobramento do ato de lançamento do livro da CPT 2018, tido como um grande avanço para que a sociedade civil tome conhecimento do que, verdadeiramente, com os trabalhadores que lutam pela posse da terra no front da reforma agrária no Brasil, fez com que proposta da CPT do Acre fosse aprovada a assinatura de um Termo de Cooperação Técnica entre os Estados da tríplice divisa Acre, Rondônia e Amazonas.
– Esse protocolo será capaz de facilitar as investigações contra crimes ambientais, roubo de madeira, grilagem de terras públicas. Além dos assassinatos de pessoas, já que agentes dos órgãos de controle poderão atuar em qualquer ponto da tríplice divisa, arremataram as lideranças.