Temerosos com o fechamento da BR-364 na ponta do Abunã, diversos motoristas de caminhão resolveram pisar ainda mais no acelerador para não ter nenhum transtorno ao passar pela região do Abunã, em Porto Velho e chegar a tempo para o carregamento e descarregamento dos seus produtos no Estado do Acre.
Com o anúncio dos bloqueios da estrada em Vista Alegre do Abunã e Extrema por conta da falta de transporte escolar para estudantes das zonas rurais bem como da cidade, forçaram os motoristas que trafegam pela região a antecipar suas viagens causando assim constante perigo tendo em vista os sérios problemas de estrutura que apresentam na única estrada que liga Rondônia ao Acre.
Nesta segunda-feira (08), o News Rondônia acompanhou de perto a chegada dos carreteiros em um ponto de Rio Branco, parada final para muitos e início para outros. A grande maioria trazia produtos de Rondônia para o Acre. Eles disseram que ficaram sabendo dos bloqueios marcados para os primeiros minutos dessa terça-feira (09) em Extrema e também às 5 horas da manhã em Vista Alegre e resolveram se aventurar pela noite.
“Eu vi pelo jornal que iam fechar a BR. De prontidão, resolvi embarcar logo a carga para o Acre pois tenho medo de ficar pendurado na estrada e perder ela. Seria um prejuízo muito grande. Eu já fiquei preso na Ponta do Abunã quando houve um protesto e prejudiquei a entrega em 2010. Não quero passar novamente por isso”, disse o caminhoneiro Gilberto Rocha dos Santos.
Gilberto comentou que a informação do bloqueio na estrada vem sendo compartilhada nas redes sociais por seus colegas de profissão. Um grupo resolveu sair mais cedo de Porto Velho para poder chegar a tempo no Acre e não sofrer sanções contratuais pela demora que possa ocorrer. Ele também reclamou dos buracos e da falta de sinalização na estrada, além da demora na travessia da balsa o que torna a viagem mais perigosa e cansativa.
“Ou seja, nós somos obrigados a chegar mais cedo nos cantos por causa desses protestos. Nós somos favoráveis que façam reivindicações, mas não pode penalizar o trabalhador como os caminhoneiros, freteiros, carreteiros. Acho que tem que ter um pouco de compreensão das pessoas”, finalizou Gilberto.
Enquanto estava sendo entrevistado, por volta das 22 horas de segunda-feira, horário do Acre, cerca de nove carretas desembarcavam num posto na entrada de Rio Branco. À nossa reportagem, três caminhoneiros confirmaram o motivo de chegar repentina.
“Eu só vinha para Rio Branco de manhã cedo. Mais com esse protesto aí no Abunã, nós resolvemos antecipar a viagem. Vamos ter que dormir por aqui mesmo e torcer para que não se estenda muito essas manifestações”, disse o caminhoneiro gaúcho, Cláudio Hennfihs.
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