Porto Velho, RONDÔNIA – Cobiçado em todo o mundo, o artesanato brasileiro e, especialmente o amazônico, não tem merecido o respeito pleno da parte maior dos gestores públicos e políticos de plantão.
Na Capital rondoniense, os anos 2003-14 foram maior relevância já dado ao artesanato caboclo. Mandatários, à época, realizavam seminários, feiras e sessões solenes para celebrar o “Dia Nacional do Artesão/Artesanato”, recorda-se a octogenária Rita de Cássia Pereira, nordestina do Agreste pernambucano (Caruaru, PE), ao lembrar um dos maiores símbolos dos artesãos do Brasil – Vitalino Pereira dos Santos, O Mestre Vitalino.
Apáticos, a parte menor dos artesãos abrigados “temporariamente” à frente dos portões do Complexo Ferroviário da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM) negam-se a falar sobre o futuro da categoria. Segundo uns e outros, “trata-se de uma data importante, comemorada em grande estilo, lá fora”.
A maioria ainda se disse lembrar, efusivamente, da atuação do ex-deputado federal Eduardo Valverde (PT). “Na época dele, até sessão solene havia no Congresso”. Foi dele grande parte da luta pela aprovação do Estatuto dos Artesãos, ressaltaram eles ao NEWSRONDÔNIA.
À nível local, mesmo com as incursões da Reportagem nas casas legislativas (Assembléia e Câmara Municipal), a data de 19 de Março (Dia Nacional dos Artesãos) pouco ou quase nenhuma menção foi registrada. Apenas servidores falaram, entrecortadamente, a respeito da inexistência de agenda sobre o assunto, em Plenário.
No meio lojista e em locais improvisados ocupadas por “artesãos hippies”, o 19 de Março não foi esquecido e a maioria, com a desativação do Shopping Popular (região do Cai N’Água) fez com que antigas promessas sejam cumpridas em torno de um local construído só para o artesanato.
Do final de 2014 a 2016, segundo expositores de finais de semana na Praça Aluízio Ferreira, “Dia do Artesão é todo santo dia”. A maioria se solidariza por força da data nacional, inclusive, “com os hippies e profissionais beiradeiros que lutam pelo espaço que ainda não conquistaram”.
No Brasil, uma das maiores feiras de artesanato do país completa neste ano 30 anos de história, em que expositores e apresentadores culturais acorrem ao evento com apoio público e privado. De Brasília, informa ao NEWSRONDÔNIA o Vice-Presidente da Associação dos Ferroviários (ASFEMAM), George Telles (Carioca), “a data foi lembrada até na Feirinha de Importados do Paraguai”.
No entremeio artesão local fincado entre vielas, ruas, travessas, praças, ladeiras de calçadas descalças e o gradil frontal do Complexo Ferroviário, artesãos esperam em 2020 que o Município e o Estado unam-se e promovam incentivos a fim de fortalecerem sua cadeia produtiva.
Dados da Confederação Nacional dos Artesãos do Brasil atestam que, em 1989, a Feira Nacional de Artesanato contou com tímidos 60 stands, com exata participação de 200 expositores e neste ano já são mais de 1000 stands beneficiando diretamente até 5000 profissionais artesãos de todos os Estados brasileiros, numa área de mais de 47.000 m2, inclusive com ampliação de tendas nas áreas externas, com o propósito de comportar expositores e dar qualidade de visitação aos mais de 150.000 esperados para o evento.