Porto Velho, RONDÔNIA – Ninguém sabe ao certo qual é a programação praticada pelo município para e como a população, turistas e visitantes possam se divertir na cidade. Logo de entrada, no balcão de Informações a Turistas e Visitantes, no Aeroporto Internacional Jorge Teixeira, não há profissionais bilíngues; nem material com dicas de “bate e volta” que indiquem os points culturais ou de diversões.
Nem mesmo nos dias de chuva, o porto-velhense não sabe como vai ser o final de semana das crianças, mulheres e idosos da terceira idade. Na cidade, apesar das riquezas naturais, a petizada não resta nem as praças cujos patronos homenageados são figuras da própria história da cidade e do antigo Território Federal de Rondônia.
Sem equipamentos infantis (parques temáticos, aquários e bibliotecas não abertos aos finais de semana), os poucos espaços disponíveis fazem parte do que sobrou de ex-administradores, como a Feirinha do Sol na Praça Aluízio Ferreira (Artesãos), Passeios de Barco no Pier improvisado pelo IPHAN na Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM), os mercados do Peixe, Central e do Km-1, abertos para compras e café da manhã.
Sobre a fala de opções quanto à inexistência considerada proposital de uma agenda cultura positiva, prevista para os dias e às noites da cidade, feirantes tradicionais lembraram ações desenvolvidas pelos ex-prefeitos Carlinhos Camurça, Roberto Sobrinho e Mauro Nazif.
Segundo eles, “nas quintas e sextas feiras, sábados e domingos, a pedida eram shows de artistas locais, oficinas de danças (lambada, dança de salão e samba)." As programações eram intensas e a “Festa de Momo” tinha patrocínio do público e privado, recordam arte dos notívagos que saiam para os eventos, à época.
Sem programação de peso para garantir um grande público na cidade, órgãos fazedores de cultura e pontos de atrações artísticas deixam Porto Velho amargar no vazio das programações aleatórias. Não há mais o interesse de antes em que a cidade foi movida pelas diversões, entre sessões de suspense nos cinemas (Resk, Avenida e Brasil) das noites a fio puxadas por Zezinho Maranhão, Mestre Baía, Ceiça, Marquinhos (Vocalista) e Edgley (violonista), passando pelos Anjos da Madrugada e a Rainha das Serestas nas quintas-feiras no Mercado Cultural, Fátima Miranda. Além da agenda obrigatória do melhor carnaval nativo com a “Banda do Vai Quem Quer”, do saudoso Menestrel, O Manelão.
O QUÊ FAZER? – Enquanto não se acaba de vez com a Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM) e não a transformam numa cópia mal feita das Docas do Pará (Belém), das crianças aos idosos ainda sem opção de lazer e entretenimento, ao menos o município e o Estado, em parceria, poderiam manter agenda permanente no Teatro Guaporé, SESC Esplanada, Salas de Vídeos nas Universidades e Escolas Públicas, revitalizarem as praças (Marechal Rondon, Jonathas Pedroza, Aluízio Ferreira, Presidente Getúlio Vargas e das Três Caixas D’Água).
Há na cidade museus, bibliotecas, pracinhas (centro e periferia da Zona Leste, Norte e Sul), centros culturais, faculdades, universidades, escolas (públicas e privadas), igrejas e logradouros sem nenhuma atividade voltada ao menos ao público infantil.
Nesses espaços, cabe, ainda, a construção de uma agenda voltada para adolescentes em situação de risco social e pessoal – ainda fora da escola. A oferta de cursos de produção de vídeo, arte cênica (cinema e teatro) e até mesmo nos centros de recuperação a dependentes químicos, “ministrados através de programas sociais e de empreendedorismo do SEBRAE, ajudariam porto-velhenses a melhorar a auto-estima."