Porto Velho, RONDÔNIA – A greve dos trabalhadores do transporte público desta Capital, já prolongada desde o final da segunda-feira 21, poderá provocar verdadeiro caos ao Sistema Integrado Municipal (SIM). A categoria reivindica direitos retirados pelos patrões acordados no Ministério do Trabalho.
Pelo menos é o que diz o consultor José Ricardo Costa ao fazer um rescaldo dos prejuízos atinentes à empresa, aos trabalhadores e aos usuários que em um só dia da paralisação deixou de chegar no horário ao trabalho, o filho na escola e honrar outros compromissos.
Segundo ele, “tem a informação que só no primeiro dia da greve, ao menos 140 mil deixaram de ser transportadas”. Das cinco da manhã – horário do primeiro balão – depois de os ônibus deixarem a garagem -, outros 100 mil foram impedidos de chegar ao destino programado.
Ele diz que há uma possível irredutibilidade das partes, sobretudo por parte do setor patronal que, “quer queira ou não, se houve acordo tirado à mesa de negociações homologadas junto o Tribunal do Trabalho (TRT 14ª/RO/AC), deve cumprir com os trabalhadores”.
Diferentemente de outras capitais, Porto Velho, ao que parece, na visão de especialistas consultados por este site, “não ofereceria atrativo real a investidores do setor”. Com menos de 40 quilômetros de malha viária compatíveis, “a Capital rondoniense pode continuar não interessando”, afirma João Lemes Soares, 47.
A desmotivação, ele aponta, “não há uma só via que não justifique a deflagração de uma grande operação tapa-buraco”.
Por outro lado, a questão da baixa tarifa cobrada – congelada desde o governo Mauro Nazif-, “torna-se um álibi ideal para afugentar investidores de outras praças comerciais do País”, enfatiza Lemes Soares. Segundo ele, possíveis dívidas trabalhistas ainda não pagas aos trabalhadores das extintas empresas Três Marias, Rio Madeira, Viação Rondônia, etc, “isso também assustaria o investidor de fora”.
Enquanto isso, o dia dos grevistas no pátio e interior do Sindicato da categoria, segundo uma rápida aparição da Reportagem no local, “é de desesperança pelo fato de as empresas não retomarem o cumprimento do último Acordo Coletivo”.
A resistência à cessão, por parte do Consórcio SIM, dos salários em dia, da cesta de alimentos, alimentação noturna, ticket alimentação e o fim do projeto-piloto da Prefeitura e do Consórcio em implantar catraca eletrônica sem cobrador (a), “só prolongará ainda mais a greve”, admitiram membros do Sindicato que negaram revelar a identidade.