Porto Velho, RONDÔNIA – Quem saiu de casa para ir ao trabalho ou deixar o filho na escola, ao menos pela manhã desta segunda-feira 21, teve que fazê-lo a pé ou de alternativos ou moto-taxi por conta da greve do transporte público nesta Capital.
O movimento de passageiros nos pontos e paradas obrigatórias de ônibus foi intenso, mas a preferência em pegar condução ficou com os “Compartilhados”, sobretudo da periferia Leste, Norte, Sul ao centro da cidade, para “bater” o ponto no trabalho, à escola ou mesmo chegar no horário de audiências e consultas médicas.
Prometida uma greve do “arromba”, o movimento chamou atenção pela ação das empresas em recolher toda a frota à garagem (Bairro Lagoa), ficando os trabalhadores praticamente confinados na sede do sindicato da categoria. A motivação, segundo apurou o NEWSRONDÔNIA, “teria sido a presença de oficiais de Justiça na garagem do Consórcio SIM e no Sindicato obreiro”.
Os usuários de coletivos sem R$ 5 para pagar Compartilhados teve que voltar pra casa ou pegar carona com amigos ou mesmo ir a pé ao trabalho ou à escola para deixar o filho. A paralisação, também, impediu muitos porto-velhenses do subúrbio pagar as contas vencidas para o dia de hoje. Outros, com veículos próprios, “até experimentaram ganhar um dinheirinho extra”, afirmou a dona-de-casa Adrina Pereira, 47.
Apesar da decisão tomada para que a paralisação acontecesse nesta segunda 21, mesmo coma ameaça de multa arbitrada pelo Tribunal da 14ª Região (TRT/RO/AC), a greve – considerada branca por experientes sindicalistas – “motoristas e cobradores garantiram que o movimento irá continuar hoje, amanhã ou sempre”.
O cenário de um verdadeiro “silêncio sepulcral nas ruas da cidade com a falta dos mondrongos (ônibus) circulando causou muitas surpresas”, disse um cobrador da Linha Esperança da Comunidade de nome não relevado. Segundo ele, “podem nos atribuir que fizemos uma greve branca, programada com o Consórcio SIM ou que faremos operação tartaruga após o cumprimento da decisão do Tribunal, mas iremos à luta todos os dias para frearmos as demissões abusivas”.
Sem miquelitos, piquetes ou barreiras à porta da garagem das empresas a paralisação aconteceu sem alardes, aliás, “essa foi a intenção do prefeito Hildon Chaves antes de deixar a cidade para Goiânia e São Paulo para (re) contactar empresários, possivelmente, interessados em explorar o sistema de transporte local”, um ex-chefe de setor da garagem da Prefeitura, alcunhado Dirceu Borboleta.
Nem mesmo com a decisão do presidente Tribunal Regional do Trabalho (TRT-14ªRO/AC), desembargador Osmar J. Barneze, acatando pedido do prefeito Hildon Chaves, para que garantisse a circulação 70% da frota, isso foi possível, ao menos pela manhã. Os trabalhadores, no contraponto, alegam “descumprimento de acordo coletivo”, apesar do Consórcio SIM admitir não ter como manter-se no sistema sem reajustar as tarifas.
Na sede do sindicato, motoristas e cobradores continuam os protestos contra salários atrasados, suspensão da cesta de alimentos, vale refeição, alimentação noturna e outros benefícios garantidos no último acordo coletivo da categoria disseram que “a greve no transporte, só metade dos ônibus poderiam voltar a circular”.
– E previram que a situação é periclitante, só para os trabalhadores vez que os protestos também estão ligados a onda de desemprego no setor que nunca foi dos melhores, arremataram os trabalhadores.