CRISTOLÂNDIA, Sul do Amazonas – Nenhum dos suspeitos da tentativa de assalto ao carro forte de uma empresa de segurança privada, com filial na Capital rondoniense Porto Velho, teria sido preso até agora.
O fato ocorreu na tarde da última sexta-feira 18 ao longo da BR-319 em direção à cidade de Humaitá, sul do Amazonas. O grupo, segundo disseram vigilantes da Empresa PROSSEGUR, “nos seguia à distância, momento da dispersão dada para fuga através de uma estrada de chão”.
Na troca de tiros entre membros da quadrilha e os seguranças privados, “os pneus foram perfurados, provavelmente, por tiros de fuzil, o que resultou em ferimentos em dois ocupantes do blindado”, foi o informe divulgado pelo Destacamento da Polícia amazonense da base fincada no quilômetro 70 da BR-319.
Sobre o episódio, mesmo sem ter sucesso na ação criminosa com o abate do blindado da PROSSEGUR, a quadrilha empreendeu fuga do local e incendiou o carro usado, o que resultou frustrado o assalto ao blindado de transporte de valores que não levava dinheiro, dessa vez, aos municípios de Humaitá e Lábrea.
TEATRO OPERACIONAL – A zona da BR-319 onde ocorreu a tentativa de roubo ao carro forte é rodeada de ramais improvisados e estradas de chão que levam a inúmeros varadouros que, por sua vez, interligam-se aos rios Mucuim, Ipixuna (já na BR-230, divisa com á Lábrea e à Transamazônica) e ao distrito de Açuanópolis, à altura do quilômetro 70, a 28 da antiga Vila Preguiça.
De acordo com parte dos policiais amazonenses que atuaram no combate à quadrilha que assaltou um veículo de transporte de valores, em Manaus, “o modus operandi usado pelos bandidos no episódio da BR-319, seria o mesmo”. Porém, os de lá (Manaus) teriam sido mais profissionais na ação, apesar da Polícia tenha baleado gravemente dois integrantes da quadrilha.
Segundo afirmaram, “o que mudou é que os daqui, ao que nos parece, seriam amadores”. Ele revelou que, “aqui, se ouviu apenas tiros de um único fuzil” e foi achado um pé de cabra e outros apetrechos de serralheria sem maçarico para fundir o cofre”.
– E os bandidos de Manaus, que assaltaram o carro forte no largo da Lojas Bemol, eram bem mais armados.
No assalto a uma agência bancária do Banco do Brasil, em Lábrea, à época, revelaram policiais, “a rota de fuga usada após a ação da quadrilha se deu através de uma estrada de chão, ramais e varadouros que levam ao Projeto de Assentamento Joana D’Arc, na ligação dos rios Azul e Mucuim com a estrada que leva a uma das áreas da Usina de Santo Antônio”.
– Por esses locais, qualquer bandido pode se homiziar, saindo da BR-319, nas cidades da Ponta do Abunã na divisa com a Bolívia através do Rio Mamu, onde está sendo construída a ponte sobre o rio Madeira, completaram os militares.
No desdobramento da ação frustrada de assalto ao carro forte da Empresa de Segurança Privada PROSSEGUIR, os consultores João Roberto (SP), José Ricardo Costa (GO) e Reinaldo Martins (RO) são unânimes em afirmar que “esse tipo de assalto pode, a partir do endurecimento da ação policial em Porto Velho e Rio Branco (AC) podem vir a ser rotineiros”, sem repressão e inteligência.
Para Roberto, mesmo com o uso de tecnologia de inteligência comprada a Israel e Estados Unidos pelo novo governo “o Norte e Nordeste, em menos de uma década ainda não estarão com suas policias e empresas de segurança privada azeitadas e não lutarão nas ruas em pé de igualdade com o crime organizado”.
Segundo ele, no caso das seguradoras privadas, alei ainda impede o reaparelhamento do sistema atual usado pelas empresas com armamento pesado. A legislação é clara e ainda impede a utilização de arsenal pesado, ele salientou.
As empresas, “só estão autorizadas a portar armas e munições calibre 12 e 38”, assinala José Ricardo Costa. Segundo ele, “o crime se utiliza até mesmo de fuzil 762, AR-15, AHK-47, metralhadora ponto 50 (anti-aérea de uso exclusivo das Forças Armadas)”.
– E de quando em vez, lançadores de granada, sinalizadores e veículos blindados para garantir as fugas em caso de insucesso nas operações criminosas nos grandes centros metropolitanos do país, arrematou o consultor jurídico e de área de segurança.