Porto Velho, RONDÔNIA – Com a opção de usar alternativos para ir ao trabalho e levar os filhos na escola, o porto-velhense amanhece, nesta segunda-feira 21, sem transporte coletivo para sair de casa por causa de mais uma greve puxada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano Público (SITETUPERON).
A ação, segundo dirigentes, é por conta da ameaça de demissões em massa e da retirada de direitos trabalhistas já acordados. O Consórcio SIM (Sistema Integrado Municipal), são acusados pelos trabalhadores de tentativa de subtração da cesta de alimentos, auxílio saúde, ticket alimentação, alimentação noturna, bem como atrasar, propositadamente, salários.
De acordo com os trabalhadores, "esse tipo de pressão, dando conta de que a empresa não tem mais como ser mantida no sistema, nos remonta ao caso das empresas (ainda sem gerência plena da massa falida) Três Marias e Rio Madeira, que não indenizaram os ex-funcionários como determinou a Justiça", afirmaram a este site de notícias.
Ao NEWSRONDONIA, na semana passada, fontes deixaram vazar que, "a saída do sistema foi pedida ao município, mas as contínuas viagens do prefeito a Goiânia e a São Paulo atrás de interessadas não tem dado resultado". Por isso, ele adia a suposta homologação do atual contrato.
Enquanto isso, "não é a primeira vez que a diretiva do SITETUPERON anuncia greve geral e volta atrás depois de algumas sessões maciotas no ego de alguns trabalhadores a coisa desanda e a ameaça de greve é suspensa", Porém, essa informação não foi confirmada na assembléia que decidiu manter o movimento paredista em pé previsto para ser deflagrado para esta segunda-feira 21.
Dessa vez, de acordo com informes obtidos com um dos dirigentes da categoria, "há a previsão de que os ônibus ficarão estacionados no pátio da Prefeitura e atrás do prédio a fim de sitiarmos o acesso ao gabinete do prefeito logo às primeiras da manhã". E ao longo da Avenida 7 de Setembro e, simultaneamente, pela Amazonas na frente da SEMTRAN.
Ao inovar a forma de atuar da atual diretiva do Sindicato da categoria nos confrontos com os empresários, os trabalhadores ouvidos neste domingo em terminais e pontos de paradas obrigatórias afirmam que, "é possível que haja algum de nós puxando balão". Nesse caso extremo, "os fura greves serão obrigados a parar"; e os passageiros a descerem do carro.
A paralisação do sistema de transporte público, em diferentes terminais e pontos do centro e do subúrbio da cidade, historicamente, parte da cúpula do SITETUPERON admitia em movimentos passados que, "passageiros precisarão descer dos ônibus parados e seguir para seus destinos a pé e os empresários se haverem como prefeito".
DEMISSÕES ABSUSIVAS – Segundo testemunhas das reuniões setoriais entre dirigentes da cúpula da categoria no final de semana, "motoristas e cobradores irão carregar faixas exigindo o fim de demissões que consideram abusivas e o suposto destrato do contrato do município com os trabalhadores e o Consórcio SIM". Além dos tradicionais gritos de palavras de ordem, arremataram as fontes.
Sobre a possibilidade de a paralisação durar por tempo indeterminado, os trabalhadores lembraram que, na última greve "criticamos o projeto-piloto experimentado pela SEMTRAN, no qual as linhas seriam reduzidas e sem cobrador nas catracas, com motoristas recebendo o pagamento da passagem de forma eletrônica" (via carteira de estudante, bilhete único ou crédito em vale transporte).
Essa medida será criticada, outra vez, a ponto de a categoria à mesa de negociações com o Consórcio SIM e o Ministério Público do Trabalho (MPT), "se preciso for, irá pedir uma possível intervenção do sistema, diante do silêncio do prefeito Hildon Chaves".
– Não queríamos fazer greve, mas, a categoria não tem outro jeito, é a luta de todos e do salário do pai de família que está em jogo, admitiram neste domingo 20, motoristas e cobradores.