Guajará-Mirim, RONDÔNIA – Muito se falou nos sete anos do Governo de Confúcio Moura sobre o selo de “Cidade Verde” dado a este município na cidade do Rio de Janeiro. Porém, durante esse tempo, a atuação da Superintendência de Turismo (SETUR) em vez de fomentar o Turismo desse lado da fronteira, “pouco ou quase nada promoveu na infra-estrutura estatal prevista àquela região”.
O pensamento foi extraído neste domingo (13) de várias conversas tiradas entre comerciantes, lojistas, pequenos e médios proprietários de pousadas pensões ainda insatisfeitos com a falta de investimentos nas atividades turísticas locais e em cidades da fronteira bi-nacional (Brasil-Bolívia).
Sobre o assunto, este site apurou que independentemente da ação de parlamentares eleitos e reeleitos por esta parte da Amazônia Ocidental Brasileira, “o novo Governo pode ser a ponte para, ao menos Guajará, atingir nesse segmento suas metas em 2019-22”.
Nos últimos oito anos – e no período em que Confúcio Moura ocupou o Complexo Político-Administrativo, CPA -, “a SETUR faltou dar visibilidade aos eventos da cidade a fim de botar fim a problemas na economia do turismo, educação e nas atividades comerciais do varejo e atacado nos dois lados da fronteira”, queixam-se importadores e exportadores do lado rondoniense.
foto: jornalrondoniavip
Sem um diagnóstico real que reflita os verdadeiros números da pujança política e econômica que detém Guajará-Mirim, Cabixi, Alta Floresta e Pimenteiras do Oeste na importância estratégica com a Bolívia, “esses municípios continuarão amargando insucesso na promoção de eventos, ora ligados ao turismo, ora ao comércio com os vizinhos fronteiriços”, afirma o consultor João Soares Lemes, ouvido na cidade de Trinidad.
Guajará-Mirim consagrou-se no passado como a segunda colocada em arrecadação no ranking estadual, mas de lá pra cá, sua economia fraquejou de forma a ter, praticamente, “uma parada obrigatória de todo o setor de varejo e atacado voltado ao mercado boliviano”, ação essa atribuída ao rigor das autoridades alfandegárias e das policias de fronteiras no combate às atividades sem comprovação da origem dos produtos, do dinheiro circulante e um número muito grande de empresas registradas em nome de uma única pessoa ou de supostos gerentes de grandes empresas com filiais nessa cidade.
Segundo novo levantamento colhido nesta data, “seria lutar junto ao novo governo para que tente flexibilizar as regras do comércio bilateral nos dois lados da fronteira”, vez que produtos brasileiros de origem animal e vegetal inundam as províncias vizinhas enquanto os bolivianos sofrem um rigor maior da legislação nacional.
O desabafo partiu de parte da cúpula da Federación dos Los Micros Empresários da Província de Guayaramerín, que já demonstraram esse descontentamento com os ex-governadores Ivo Cassol e Confúcio Moura. Não foram ouvidos nem chamados para apresentarem sugestões ao governo brasileiro. A maioria compra em Guajará, mas, na recíproca, é impedida de exportar por conta do rigor das leis brasileiras.
No caso especifico de Guajará-Mirim, devido sua importância geo-política e por abrigar a única Zona Franca do Estado (Área de Livre Comércio, ALCGM), há anos oferece excelentes oportunidades de compras de mercadorias importadas de várias partes do mundo, como a China e Tigres Asiáticos.
Enfim, o Turismo é ainda maior fonte das esperanças denotadas na pesquisa feita por este site de notícias por parte de antigos comerciantes (atacado e varejo), donos de hotéis, pousadas, restaurantes, lojas de departamentos e de perfumaria. Segundo os mais jovens, “tem-se, aqui, mais e maiores chances de se construir um grande pólo de universidades do que Santa Cruz de la Sierra”.
Sobre a dura realidade de, ao longo dos tempos, viverem uma onda de escândalos políticos, prisões de políticos, narcotraficantes e empresários “de fachadas” pela Polícia Federal e pela Receita Federal, a contrabandistas de produtos sem comprovação de origem, além de minérios usurpados de garimpos em terras da União, “a lei tem que ser cumprida, doa a quem doer”, afirma o consultor João Lemes Soares, 46.