Nas ruas o alerta já soou. A população em situação de risco vem aumentando. O desafio é contabilizá-los. Por conta disso não se sabe o número exato dos sem-tetos e dos viciados em algum tipo de “drogas” em Porto Velho. Estados de origem também é uma indefinição.
“Trata-se de uma população que hora está, hora deixa de está. Nós sabemos que algumas pessoas residem em Porto Velho. Outras se deslocam dos municípios e até mesmo de outros Estados para cá. E por aqui ficam por um determinado tempo, até que novamente elas partem”, lembra, a coordenadora do Sepoad, Carla Mangabeira.
Quem tem como base os trabalhos voltados para ajudar a essas pessoas, o “manejo” é uma preocupação constante. Este ano, a Superintendência de Estado de Políticas Sobre Drogas – Sepoad implementa na sua grade o seminário: “uso indevido de álcool e de outras drogas, Despertar para o Problema e Fazer Parte da Solução”. O evento que começou na última segunda-feira (25) segue até o dia 30 deste mês. Mais de 100 profissionais de todo o Estado participam do evento, que tem como base a qualificação dos atores.
“As palestras ocorrem anualmente. Desta vez buscamos qualificar os profissionais. O que está sendo trabalhado nas capacitações é o manejo deles na hora do atendimento. As estratégias de intervenção que a gente precisa saber para abordar uma família, um adolescente, uma criança. Os conhecimentos nos dão base para que possamos realizar uma atividade mais efetiva e atender de fato as pessoas que nos procuram”,destaca, a coordenadora de Políticas sobre Drogas, Sepoad, Carla Mangabeira.
Dividido por blocos, os temas no encontro estão sendo repassados por 7 palestrantes. Alessandra Diehl, um dos seminaristas também é vice-presidente da Associação de Álcool e Outras Drogas, do Estado de São Paulo. Ela destaca que “a eficácia das chamadas ‘redes’ valoriza o cidadão que tem estado fora de si, garantindo a ele o acesso não somente aos serviços de saúde, como aos serviços de cuidados”, informa Alessandra Diehl.
Ainda segundo a presidente, é importante que as pessoas que atuam com esse tipo de público saibam expandir os serviços. Neste momento é fundamental a participação da rede de enfrentamento.
“O que eu vi aqui em Rondônia é que os facilitadores têm rede, mas não sabem que tem essa estrutura. Eles precisam usar mais os recursos. A dedicação é precisa ir além dos recursos disponibilizados pelo Governo do Estado. As redes também são as famílias, os grupos de “auto-ajuda”, as comunidades terapêuticas que certamente existem em Rondônia”
Mesmo com os investimentos, o Governo Estadual sabe que os desafios para quem atua junto aos dependentes de “drogas” vão muito além da capacitação de pessoal.
Numa reportagem feita pelo jornal “El País”, destacou que o Brasil é a principal rota do tráfico de cocaína na América Latina, aponta um relatório de do Departamento de estados dos Estados Unidos sobre as estratégias internacionais de controle de narcóticos.
Segundo o documento, o Governo brasileiro, apesar de estar comprometido com o combate ao tráfico de drogas "não tem a capacidade necessária para conter o fluxo de narcóticos ilegais por meio de suas fronteiras". As fronteiras do país são extensas e têm três vezes o tamanho da linha que separa os Estados Unidos do México, uma das regiões mais tensas do continente, afirma o relatório.