FRASE DO DIA:
“Por que parlamentar não terá mais foro, mas promotor de Justiça que fez concurso público terá? Se isso vale para deputado, valerá para juízes e comandante do Exército?” – Ministro Gilmar Mendes em a parte ontem, quando do julgamento da ação sobre o foro privilegiado.
1-O “por fora” oficial
José Maria Beltrame, secretário de segurança do Rio à época do Sergio Cabral, foi delatado pelo colega Carlos Miranda, por receber de R$30 mil/mes de 2007 a 2014. Ele se defende: "Venho a público me defender, pensando nas pessoas… (…) a acusação, além de fantasiosa, não tem pernas”.
Como a mentira creio R$30 mil por mês é indecente, mas, convenhamos, o estado paga de forma corriqueira valores extras a técnicos de ponta ou a pessoas que atuam e locais ermos. Só assim para se contratar expoentes a quem o mercado paga muito acima. É ilegal, mas é real. É preciso rever o limite salarial do serviço público, normatizar a contratação de serviços técnicos por período bem como o tamanho, a necessidade e o papel do estado.
2-O “por fora” criminoso
O “por fora” daqui épropina. Diferente do item anterior. É quando o “por fora” é pago por alguém que precisa adquirir uma facilidade do governo através da criação, ação ou inação. A criação se dá quando o governo aloca no orçamento valores para comprar aviões de caça mais caros e de performance discutível.
A ação é quando o governo autoriza um reajuste de preço e o pagamento de R$30 milhões numa obra em Ji-paraná ou quando adquire por preço acima do valor de mercado uma refinaria em Pasadena. A inação se dá quando o governo“não vê” o garimpo ilegal sob a ponte de Porto Velho. Aí vai sobrar o “por fora”, ou propina.
3-A Lavajato não pára
“Para tristeza de poucos e a alegria de muitos”, como dizia Manelão ao soltar a Banda do Vai Quem Quer, a Lavajato continua operando a todo vapor e prendendo bandidos, apesar da ira de quem não quer prisões temporárias e vê delação premiada como pecado mortal. “Câmbio Desligo” é a operação em curso hoje. A PF executa 43 mandados de busca e prisão contra os maiores doleiros que operam no Rio, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sule Distrito Federal, Paraguai e Uruguai. Para o brasileiro, Sérgio Moro, Lavajato e PF são sinônimos de combate à corrupção, mesmo com a oposição inclusive de autoridades dos três poderes da república e que em tese, deveriam emprestar apoio para corrigir o corrupto sistema brasileiro. Mas vai ter troco sim. A eleição está bem ali. Logo depois da próxima curva do rio.
4-Prato do dia: fim do foro privilegiado
O STF deveria ser uma orquestra. Apesar dos instrumentos diferentes, a sinfonia deveria ser a mesma e harmoniosa. Danou-se! Ontem foi um dia em que a orquestra desafinou bastante.
A partitura era o: Foro privilegiado opus 11, mas parte dos músicos optou por outra: A fuga de Toffoli e o Pesadelo de Lewandowski. Hoje teremos a Ária de Gilmar. A maioria da orquestra já tem o programa pronto. Não é bem o que o Brasil quer e precisa, mas é um caminho. Outra parte – a ala “deixassimcomutá” – opta por manter “tudo como dantes no quartel D’Abrantes”.
5-Pesquisa quente
O Instituto Paraná Pesquisa trouxe a última hoje pela manhã: Para você que gosta da coisa, eis aí. É um cenário proposto pelo IPP: Bolsonaro: 20,5%, Marina: 12%, Joaquim Barbosa: 11%, Ciro: 9,7%%, Alckmin: 8,1%, Álvaro Dias: 5,9%, Haddad: 2,7%, Manuela D’Ávila: 2,1%, Michel Temer: 1,7%, Flavio Rocha: 1%. Lula não participa do cenário, visto que não disputará a eleição, mas há um dado interessante: Na mesma pesquisa 61,2% dos brasileiros disseram que não votariam num candidato apoiado por Lula; 23,4% disseram que votariam; 14,1% disseram que depende do candidato. Como diria o Galvão Bueno, acabooooou!
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