O Brasil atingiu 168.798 veículos elétricos vendidos entre janeiro e outubro de 2025, consolidando sua liderança na América Latina e reforçando a maturidade do mercado nacional de eletromobilidade.
O país concentra 61% da frota eletrificada da região, impulsionado por infraestrutura em expansão, maior diversidade de modelos e crescente interesse dos consumidores. O BYD Dolphin Mini segue como o carro elétrico mais vendido do Brasil, com mais de 2,6 mil unidades mensais.
Crescimento alinhado ao cenário global
A expansão acompanha o movimento mundial: as vendas de elétricos saltaram de 3 milhões em 2020 para 17,5 milhões em 2024, segundo dados internacionais. Os veículos elétricos e híbridos representam hoje 22% das vendas globais.
A China lidera com 65% do volume mundial, seguida pela Europa (18%) e Estados Unidos (9%). No país asiático, quase metade dos carros vendidos já é elétrica.
Mercado brasileiro em transformação
No Brasil, o avanço recente é puxado por modelos plug-in, que correspondem a 81,6% das vendas. Em outubro, foram registradas 21.369 unidades, alta de 33% sobre o mesmo mês de 2024. A participação dos eletrificados chegou a 8,6% do mercado nacional.

Os híbridos plug-in dominaram o segmento em outubro, com 44,3% e 9.458 unidades. Os elétricos puros somaram 7.986 vendas, crescimento anual de 30,7%.
Infraestrutura evolui rapidamente
A rede de recarga no país passou de 350 pontos em 2020 para 16.880 em 2025, segundo a ABVE. O avanço reduz a ansiedade de autonomia e permite viagens interurbanas.
A região Sudeste lidera com 45% das vendas, seguida pelo Sul (18,6%) e Nordeste (16%). São Paulo domina o mercado estadual e municipal, seguido por Brasília e Belo Horizonte.
Modelos mais vendidos e preços
Além do BYD Dolphin Mini, outros destaques incluem o Dolphin, Yuan Pro e o Chevrolet Spark EUV — único entre os cinco mais vendidos que não pertence à BYD. Nos híbridos, quem lidera é o GWM Haval H6, seguido pelo Corolla Cross e pelo BYD Song Plus.
O elétrico mais acessível do país é o Renault Kwid E-Tech, vendido a partir de R$ 99.990. O mercado de usados cresce e é visto como opção segura devido ao baixo custo de manutenção.
Produção nacional e desafios
A indústria brasileira ainda depende de importações, mas investimentos da BYD, GWM e Stellantis começam a alterar o cenário. As novas fábricas devem ampliar a oferta local e reduzir custos no médio prazo.
Segundo a ABVE, o mercado brasileiro deve crescer 20% em 2025. O país já está cinco anos à frente da média latino-americana, abrindo espaço para se tornar exportador de híbridos plug-in produzidos internamente.
O desafio agora é transformar o avanço do setor em uma política de Estado, garantindo continuidade, competitividade e projeção internacional para a mobilidade elétrica nacional.










































