Cerca de 15,8 milhões de eleitores chilenos retornam às urnas neste domingo (14) para definir quem será o próximo presidente do país. A eleição, em segundo turno, opõe o ex-deputado José Kast, de 59 anos, do Partido Republicano, identificado com a extrema direita, e a ex-ministra do Trabalho Jeannette Jara, de 51 anos, do Partido Comunista, representante da coalizão governista.
O vencedor irá suceder o atual presidente Gabriel Boric, já que no Chile não é permitida a reeleição presidencial.
No primeiro turno, realizado em novembro, Jeannette Jara obteve 3.476.554 votos, o equivalente a 26,85% do total. Já José Kast ficou em segundo lugar, com 3.097.685 votos, ou 23,92%. Esta é a terceira vez que Kast disputa a Presidência; em 2021, ele foi derrotado justamente por Boric.
A campanha eleitoral foi encerrada na última sexta-feira (12). Durante o período final, os candidatos intensificaram discursos voltados aos eleitores indecisos. Kast prometeu endurecer as políticas migratórias e reforçar ações de segurança pública, com foco em lei e ordem. Jara, por sua vez, defendeu reformas sociais, o combate ao crime e uma agenda baseada no diálogo político e social.
Pesquisas divulgadas por institutos locais e repercutidas por agências internacionais indicaram vantagem para José Kast, embora o cenário seja considerado apertado.
Uma das principais novidades deste pleito é a adoção do voto obrigatório. Na eleição presidencial anterior, realizada há quatro anos, a abstenção chegou a 53%, índice que o governo eleitoral chileno tenta reduzir com a nova regra.
Relações com o Brasil
O Chile é o maior produtor mundial de cobre e o segundo maior produtor de lítio, além de não possuir fronteira terrestre com o Brasil. Mesmo assim, os dois países vêm intensificando relações comerciais e diplomáticas.
Em abril de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o aprofundamento dos acordos comerciais entre empresários brasileiros e chilenos, durante o Fórum Empresarial Brasil–Chile, realizado em Brasília. Ao lado de Gabriel Boric, Lula afirmou que o Brasil, como maior economia da América Latina, precisa manter postura flexível para estimular parcerias regionais.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil é o maior parceiro comercial do Chile na América do Sul, principalmente na área de bens industriais. Já o Chile ocupa a sétima posição entre os parceiros comerciais do Brasil, respondendo por 2,1% da corrente de comércio brasileira.











































