O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, recebeu o esboço de um plano dos Estados Unidos para acabar com a guerra no país e espera conversar com o presidente norte-americano, Donald Trump, nos próximos dias. A informação foi divulgada pelo gabinete do líder ucraniano nesta quinta-feira (20).
Duas fontes disseram à Reuters que Washington sinalizou a Zelensky que Kiev deveria aceitar a estrutura elaborada pelos EUA para encerrar o conflito, que se aproxima de quatro anos. O plano inclui concessões territoriais e restrições às Forças Armadas da Ucrânia.
Resistência europeia e busca pela paz
Países europeus têm demonstrado resistência ao plano. Segundo fontes, as condições — que exigiriam que Kiev cedesse mais terras e se desarmasse parcialmente — são vistas por aliados da Ucrânia como equivalentes à capitulação.
O gabinete de Zelensky não comentou o conteúdo exato do plano, que não foi publicado, mas disse que o líder ucraniano “delineou os princípios fundamentais que importam para nosso povo”.
“Estamos prontos agora, como antes, para trabalhar de forma construtiva com o lado americano, assim como com nossos parceiros na Europa e em todo o mundo, para que o resultado seja a paz”, declarou o gabinete em comunicado.
O presidente da Ucrânia espera discutir as “oportunidades diplomáticas existentes e os pontos-chave necessários para alcançar a paz” com o presidente Trump em breve.
Situação no campo de batalha
A aceleração da diplomacia dos EUA ocorre em um momento delicado para Kiev. As tropas ucranianas estão em desvantagem no campo de batalha, e o governo de Zelensky enfrenta um escândalo de corrupção que levou à demissão de dois ministros na quarta-feira.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, minimizou a nova iniciativa dos EUA, dizendo que qualquer acordo de paz deve abordar as “causas fundamentais do conflito”. A frase é usada por Moscou para se referir às suas demandas.
As tropas russas ocupam quase um quinto da Ucrânia e estão prontas para capturar Pokrovsk, um centro ferroviário no leste do país, que seria a primeira cidade importante a ser tomada em quase dois anos.
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, reforçou o sentimento europeu, dizendo que a paz deve respeitar a soberania da Ucrânia: “Mas a paz não pode ser uma capitulação.”








































