O partido do presidente da Argentina, o ultraliberal Javier Milei, La Libertad Avanza (LLA), venceu as eleições legislativas realizadas no domingo (26). Com mais de 90% dos votos apurados, o LLA alcançou 40,8% da votação, conforme anunciado pelo chefe do gabinete de ministros, Guillermo Francos.
O resultado é crucial para o governo, pois fortalece a margem de manobra do presidente e sua capacidade de reformar e desregular a economia. O LLA superou o Fuerza Patria, bloco da oposição peronista (centro-esquerda), que obteve 24,5%.
As eleições de meio de mandato garantem a Javier Milei um reforço em sua base parlamentar, que até então contava com cerca de 15% dos deputados e 10% dos senadores. O próprio presidente estimava que conseguir um terço dos assentos seria um “bom número”, permitindo-lhe impor vetos presidenciais aos parlamentares.
Desafios e reformas
Analistas políticos, como Lara Goyburu, apontam que, apesar da vitória, o presidente terá que adotar uma “virada pragmática” para recuperar a capacidade de negociação que permitiu a aprovação de leis no início de seu mandato. Nos últimos meses, o governo tem enfrentado dificuldades no Parlamento, incomodado com a rigidez do presidente e seus insultos.
A oposição e entidades internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), vêm pedindo ao Executivo que reforce o apoio político e social às suas reformas.
Entre as principais reformas planejadas por Javier Milei até 2027 estão a flexibilização do mercado de trabalho, mudanças no sistema de proteção social e reformas fiscais.
O governo chega à eleição legislativa com o mérito de ter controlado a inflação, que caiu de mais de 200% para 31,8% em termos anuais, e de ter alcançado um equilíbrio orçamentário inédito em 14 anos. Contudo, o ajuste fiscal resultou na perda de mais de 200 mil postos de trabalho e em uma contração econômica de 1,8% em 2024.









































