O Programa Mundial de Alimentos (PMA), da Organização das Nações Unidas (ONU), declarou nesta terça-feira (21) que o fluxo de suprimentos para Gaza aumentou após o cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos. Contudo, a ajuda ainda está muito aquém da meta diária de 2 mil toneladas.
A principal razão é que apenas duas passagens de fronteira estão abertas, e nenhuma delas permite acesso direto ao norte do enclave, a área mais atingida pela fome.
Volume de ajuda é insuficiente
De acordo com o PMA, cerca de 750 toneladas de alimentos estão entrando na Faixa de Gaza diariamente. Este volume é considerado insuficiente diante da escala das necessidades, que cresceu após dois anos de conflito entre Israel e o Hamas. O conflito transformou grande parte de Gaza em um local devastado e deixou quase toda a população desabrigada.
Para conseguir o aumento necessário na escala de ajuda, a porta-voz do PMA, Abeer Etefa, afirmou em Genebra que é preciso utilizar “todos os pontos de passagem de fronteira no momento”.
Etefa informou que apenas duas passagens controladas por Israel estão operacionais: Kerem Shalom, no Sul, e Kissufim, no Centro.
Norte de Gaza isolado
A porta-voz disse que alguns suprimentos nutricionais destinados a crianças e mulheres grávidas conseguiram chegar ao Norte vindo do Sul. No entanto, o nível de ajuda ainda é muito baixo e não atende à demanda.
“Não tivemos comboios de grande escala para a Cidade de Gaza ou para o Norte de Gaza”, declarou Abeer Etefa.
Os alimentos entregues até agora são suficientes para alimentar cerca de meio milhão de pessoas por apenas duas semanas.
Muitos habitantes de Gaza estão armazenando a comida que recebem. Eles temem que o fornecimento possa ser interrompido novamente devido à incerteza sobre a duração do cessar-fogo. “Eles comem parte da comida e racionam e guardam alguns dos suprimentos para uma emergência, porque não têm muita certeza de quanto tempo o cessar-fogo vai durar e o que vai acontecer depois”, explicou a porta-voz.